Madeira

Presidente da Assembleia alerta jovens para perigos da “democracia digital”

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O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira afirmou, hoje que “a liberdade de expressão é um dos valores supremos da Democracia” que devemos defender, mas alertou para os perigos das “notícias falsas” e da "difamação" que "campeiam nas redes sociais".

O aviso foi deixado numa conferência do Grupo de Filosofia da Escola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva, subordinada ao tema 'Liberdade de Expressão'.

José Manuel Rodrigues disse estarmos a “viver uma ‘Infodemia’”, um momento marcado pelo “excesso de informação, alguma correcta, outra falsa, de várias proveniências, de fontes pouco fiáveis e geradoras de dúvidas, incertezas, e mesmo de receios e medos”.

Aos alunos pediu "muito cuidado com o que lemos e ouvimos”, porque as “informações sem freio e sem verdade põem causa a Democracia, provocando sentimentos de revolta, de protesto, ressabiamento, indiferença e até populismos, nada salutares à sociedade".

Na opinião do presidente do parlamento madeirense, as notícias falsas ameaçam os órgãos de comunicação social. Entendendo, assim, que "o caminho deve ser o de dar a cada cidadão as ferramentas e os instrumentos necessários para que ele possa discernir aquilo que é falso daquilo que é verdadeiro”, mas "sem pôr em causa a continuidade das redes sociais, como espaço de liberdade de expressão".

José Manuel Rodrigues vincou que “este é o tempo de relembrar e recuperar os princípios basilares da Democracia e da Liberdade, para emendar erros, regenerar a política, combater o politicamente correcto, impedir o pensamento único e saber lidar com a revolução digital e a comunicação descontrolada”.  

“Numa altura em que a democracia clássica parece ter dado lugar à ‘democracia digital’, não podemos cair na tentação de seguir tendências ou modas que constituem grandes perigos, e   que acabariam, sempre, por ter elevados custos no futuro, já que as notícias falsas e a difamação campeiam no espaço digital”.

Constatações que levam o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira a pedir o apoio à “comunicação social de referência, quer a pública quer a privada, que foi sempre ao longo da História um garante do pluralismo e um pilar fundamental do regime democrático”.

“Não se trata de estabelecer condicionamentos ou impor censuras às redes sociais”, mas de “ter órgãos de imprensa, rádio e televisão de qualidade, respeitadores da ética e da deontologia, que sejam capazes de fazer frente à desinformação das redes sociais, fazendo jornalismo responsável e formativo, e com isso esclarecendo os cidadãos e impedindo o avanço de vanguardas populistas e radicais”, concluiu.