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Lula da Silva não faz "drama" em relação a militares caso PR brasileiro falhe reeleição

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O antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje em Paris que "não há drama" em relação aos militares caso Jair Bolsonaro não seja reeleito e que está na Europa para restabelecer a credibilidade do Brasil.

"O papel das Forças Armadas brasileiras está muito bem definido na Constituição [...] O facto de o atual Governo ter oito mil militares trabalhando em cargos de confiança, porque eles não fizeram concurso, simplesmente terão de deixar os cargos. Eu não faço disso um drama, eu não pretendo falar com militares sobre eleições", disse Lula da Silva aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa em Paris.

O antigo líder recebeu hoje o prémio de "Coragem Política" que lhe foi atribuído pela revista francesa 'Politique Internationale', num pequeno-almoço num hotel parisiense que reuniu figuras políticas francesas, mas também dirigentes das principais empresas francesas.

Questionado pelos jornalistas, Lula da Silva voltou a reafirmar que neste périplo europeu pela Alemanha, Bélgica, França e em seguida Espanha, não está à procura de apoio político porque não decidiu se será candidato às eleições presidenciais em 2022.

"Eu não procuro apoio eleitoral, porque as pessoas com que eu converso não votam no Brasil e também ainda não decidi se sou candidato. Eu estou à procura do restabelecimento da credibilidade que o Brasil já teve. Estou viajando para conversar com os governantes, com os políticos, com a imprensa da Europa, para dizer que o Brasil é infinitamente melhor do que o seu Governo", disse Lula da Silva aos jornalistas, pedindo aos europeus que confiem no Brasil.

Lula da Silva vai encontrar-se hoje com Emmanuel Macron, num encontro fechado à imprensa e sem declarações, onde os dois líderes vão falar sobre "as consequências económicas e sociais da covid-19" especialmente no Brasil, onde a situação continua "muito problemática", segundo comunicado do Palácio do Eliseu. Outro dos temas na agenda são as crises políticas na América do Sul, especialmente Venezuela e Nicarágua.

O antigo Presidente brasileiro já manteve encontros em Paris com Jean-Luc Melenchon, líder do partido de extrema-esquerda La France Insoumise e candidato presidencial, Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris e candidata socialista às presidenciais, tendo um encontro a meio do dia com Emmanuel Macron, Presidente francês.

Haverá ainda um encontro com François Hollande, antigo Presidente francês, e Nicolas Sarkozy, com quem está prevista uma chamada telefónica.