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Onze civis mortos durante confrontos entre rebeldes e militares na República Centro-Africana

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 Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA)

Um total de 11 civis morreram no domingo numa cidade do noroeste da República Centro-Africana (RCA), durante combates entre rebeldes e soldados da África Central, apesar de um cessar-fogo no país, disse hoje o autarca de Ouham-Pende.

Os rebeldes "infiltraram-se no mercado semanal por volta das 10:00 de domingo" perto de Mann, uma cidade a cerca de 600 quilómetros a noroeste de Bangui, a capital, e "as forças da África Central intervieram (...) e a troca de tiros matou 11 civis, nove homens e duas mulheres, assim como feriu oito [pessoas]", declarou o autarca da região de Ouham-Pende, Dieudonne Yougaina, à agência de notícias France-Presse (AFP).

Yougaina culpou os rebeldes do grupo 3R (Retorno, Reclamação, Reabilitação) pelos ataques.

O 3R é um dos grupos armados mais poderosos da RCA.

O grupo participou na coligação rebelde que lançou uma grande ofensiva no final de dezembro para derrubar o Presidente, Faustin-Archange Touadéra, e impedir a sua reeleição. 

Em 15 de outubro, o Presidente Touadéra decretou um "cessar-fogo unilateral" do seu exército e aliados (soldados ruandeses e paramilitares russos), que o ajudaram a repelir a ofensiva rebelde, a fim de encorajar a abertura de um diálogo nacional.

Os principais grupos armados tinham anunciado que também iriam respeitar o cessar-fogo.

Em 09 de novembro, vários partidos da oposição tinham denunciado uma violação do cessar-fogo por membros dos 3R, após o ataque a uma aldeia no noroeste do país, que tinha resultado na morte de dois soldados e de um civil.

Classificada pelas Nações Unidas (ONU) como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a RCA mergulhou numa guerra civil sangrenta após um golpe de Estado em 2013.

O conflito ainda está em curso, mas diminuiu consideravelmente nos últimos três anos, embora grandes extensões de território continuem a escapar ao controlo central.

Uma semana antes das eleições presidenciais de 27 de dezembro de 2020, seis dos grupos armados mais poderosos que partilhavam a maior parte da República Centro-Africana na altura juntaram forças na Coligação dos Patriotas para a Mudança (CPC, na sigla em inglês) e lançaram uma ofensiva para impedir a reeleição de Touadéra.

Desde o início do ano, as forças governamentais conseguiram retomar dos rebeldes as cidades e grande parte dos dois terços do país que tinham controlado durante vários anos, principalmente graças ao reforço dos soldados ruandeses e à presença de centenas de paramilitares russos que combatiam ao seu lado.

As Nações Unidas enviaram em 2013 uma missão para o país (Minusca), que conta atualmente com mais de 12.000 militares e polícias, quando os rebeldes, predominantemente muçulmanos Seleka, tomaram o poder e forçaram o então presidente François Bozizé a deixar o cargo.

O atual contingente português na Minusca é composto por 180 militares, a maioria do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista do Exército Português.

Portugal tem atualmente 20 outros militares que integram a missão de treino da União Europeia (EUTM-RCA).

Este contingente multinacional foi liderado por Portugal entre setembro de 2020 e setembro deste ano, quando o comando foi transmitido à França.

No âmbito desta missão, de acordo com o Ministério da Defesa português, "Portugal manteve no terreno um contingente de 61 militares, que ajustará para 20 militares com a transferência do comando para França".