Alojamento turístico tira proveito máximo em Setembro
Proveitos de aposento apresentam recorde daquele mês, apesar de as dormidas terem ficado ligeiramente aquém do valor de 2019
Com quase 80% dos estabelecimentos do alojamento turístico da RAM a registarem movimento de hóspedes, representando mais de 90% da capacidade total, em Setembro de 2021 os proveitos de aposento foram os mais altos deste mês desde que há registos. Esta é a primeira conclusão das estimativas avançadas esta manhã pela Direcção Regional de Estatística da Madeira, que mostra que é a hotelaria a que mais proveito tira desta onda positiva ainda em contexto pandémico. Os hotéis registaram 86,6% de movimento de hóspedes, o turismo no espaço rural tiveram 81,3% e o alojamento local tiveram 79,2%.
"No mês de Setembro de 2021, estimou-se um total de 765,7 mil dormidas no alojamento turístico, traduzindo um acréscimo bastante expressivo de 171,6% em comparação com o mês homólogo (281,9 mil dormidas em Setembro de 2020)", realça a DREM. "Apesar deste aumento, o número de dormidas ainda está abaixo dos valores apurados em Setembro de 2019 (777,8 mil dormidas)".
Contudo, é "de sublinhar que as dormidas do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) apresentaram um acréscimo de 175,4% relativamente a Setembro de 2020, superior ao observado no país (+58,4%). Os proveitos totais e os de aposento também apresentaram crescimentos bastante expressivos em Setembro de 2021, de 208,7% e 223,2%, respectivamente, fixando-se em 42,1 e 28,3 milhões de euros, pela mesma ordem. No país, no mês em referência, os proveitos totais e de aposento observaram variações positivas de 74,6% e 74,9%, respectivamente", valores que atestam o bom momento do turismo madeirense.
"A hotelaria concentrou 81,2% das dormidas, crescendo 178,4% em termos homólogos. Por sua vez, o alojamento local registou um aumento de 148,6%, congregando 16,5% do total de dormidas, enquanto o turismo no espaço rural e de habitação, observou apenas 2,3% das dormidas, correspondendo a um acréscimo de 127,8%", aponta números ainda assim muito bons face ao cenário de há um ano.
No acumulado do ano, ou seja de Janeiro a Setembro de 2021, "as dormidas no total do alojamento turístico na Região registaram um incremento de 49,9% comparativamente ao período homólogo, rondando os 3,2 milhões de euros, enquanto os proveitos totais e de aposento apresentaram aumentos de 71,7% e 77,5%, respectivamente".
Segundo a DREM, "analisando os principais mercados emissores, em setembro de 2021, observaram-se aumentos homólogos bastante significativos". Ou seja, "o mercado francês registou um crescimento de 317,6%, seguido do mercado britânico (+189,8%) e do mercado alemão (+148,2%). O mercado nacional acompanhou a mesma tendência, registando +89,4% dormidas. Em termos acumulados (de Janeiro a Setembro de 2021), à excepção do mercado alemão, que registou uma quebra, de -20,0% de dormidas, os principais mercados emissores apresentaram crescimentos homólogos nesta variável. O mercado português apresentou o incremento mais expressivo, de +109,4%, acompanhado do mercado francês e britânico, com aumentos de 98,4% e de 22,6%, respectivamente".
Para a DREM, "comparando o período de referência com Setembro de 2019, a actividade no alojamento turístico ainda apresenta um decréscimo de 1,6% nas dormidas, com o mercado francês a registar a quebra mais acentuada, de -36,1%, seguido do alemão com -29,4% e do britânico com -1,4%. O mercado nacional manteve a variação positiva que se tem verificado nos últimos meses, superando, também, os valores de Setembro dos anos anteriores (+66,3% comparativamente a Setembro de 2019)".
Já quanto ao valor da estada média no mês de Setembro este "registou um aumento relativamente ao mesmo mês do ano anterior (4,61 noites), fixando-se nas 5,10 noites", enquanto que "a taxa de ocupação-cama do alojamento turístico no mês em referência foi de 66,7%, 35,9 pontos percentuais (p.p) acima do observado no mês homólogo (30,8%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 74,9% (34,7% em Setembro de 2020)".
Por fim, o RevPAR (proveitos de aposento por quarto disponível) no referido mês "rondou os 58,86 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +159,5% que no mesmo mês do ano precedente" e mesmo "comparativamente aos valores de Setembro de 2019, o RevPar registou um aumento de 13,4% (51,88 euros em Setembro de 2019)".
Já o proveito por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico "passou de 65,32€ em Setembro de 2020 para 78,56€ em Setembro de 2021 (+20,3%)".
Golfe com menos voltas mas mais receita
Por sua vez, no golfe que é um segmento de turismo específico, "o número de voltas realizadas nos campos de golfe da Região nos primeiros nove meses de 2021" sofreram "quebra de 19,9%".
"O inquérito aos campos de golfe revela a realização de 23.210 voltas nos três campos de golfe da RAM, entre Janeiro e Setembro de 2021 (-19,9% que no período homólogo), tendo esta actividade gerado cerca de 1,0 milhões de euros de receitas, +4,9% que nos primeiros nove meses de 2020", realça a DREM.
Tendo em conta que "50,2% das voltas foram realizadas por não sócios, provenientes na sua maioria de Portugal, Reino Unido, Países Nórdicos e Alemanha", evidencia que os "os próprios campos de golfe venderam 49,4% das voltas, os operadores turísticos 26,3% e os restantes 24,3% foram transacionados pelos estabelecimentos hoteleiros e afins".
Ainda poucos navios de cruzeiro
Ainda que a reabertura dos Portos da RAM tenha ocorrido em Setembro, ainda foram registos paupérrimos face á anterior realidade, pois foram registados apenas 4 navios de cruzeiro em nove meses".
"A pandemia continua a afetar fortemente o negócio do turismo de cruzeiros, sendo que de acordo com os dados fornecidos pela Administração dos Portos da RAM, aportaram na Região apenas 4 navios de cruzeiro até final de setembro de 2021, com o número de passageiros em trânsito a não ultrapassar os 86", conclui, embora a realidade actual, nomeadamentre Outubro e Novembro aponte para uma melhoria significativa, como temos dado conta.