Madeira

JPP denuncia "adulteração danosa" no Forte do Ilhéu

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O Juntos Pelo Povo (JPP) veio hoje a público manifestar a sua opinião sobre a intervenção que a APRAM – Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, S. A, está a realizar no Forte Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido por Forte do Ilhéu (século XVII), no Funchal.

Para Élvio Sousa a referida intervenção "está irreversivelmente a adulterar o imóvel".

"Não se trata de uma reabilitação cuidada, acompanhada do ponto de vista técnico pela ética de intervenção patrimonial aconselhada pelas directrizes por exemplo da Carta de Veneza, e que está a descaracterizar, de forma grave e irreversível, o carácter singular e histórico de um bem classificado", refere o líder parlamentar do JPP em nota remetida à imprensa.

"Como qualquer leigo pode testemunhar, o que está acontecer é uma bárbara, desastrosa e inestética betonização artificial de um monumento icónico da arquitectura militar da Madeira, uma intervenção da APRAM amadora e agressiva, com aplicação de betão branco nas juntas quando deveria ser uma argamassa tradicional", sublinha Élvio Sousa.

"Além do mais, como já não bastasse o 'abonecamento' de um edifício classificado, mais recentemente, o Governo Regional aplicou um barramento de uma resina sintética sobre a cantaria regional histórica, tornando ainda mais artificial e danosa a imagem do conjunto", acrescenta.

O parlamentar refere-se, por comparação, ao Cais da Ponta como um exemplo de "intervenções realizadas pelo Governo, que foram bem concretizadas", "mantendo a sua autenticidade e singularidade".

"Esta intervenção no Forte do Ilhéu é uma autêntica vergonha, penalizando o respeito pelo património cultural classificado da Região, e de uma Região que acumula prémios sucessivos internacionais no que respeita às boa práticas do Turismo", enfatiza.

Neste seguimento, Élvio Sousa considera urgente ouvir, "rapidamente", os responsáveis governamentais no parlamento Regional, referindo-se nomeadamente ao secretário regional do Turismo e Cultura, "com competências no património classificado, e que permanece em silêncio perante este atentado", bem como a presidente da APRAM, dona da obra em causa", sustenta.