Ministro indiano reivindica "grande flexibilidade" para aprovar decisões
O ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, afirmou hoje que o país, juntamente com o Brasil, África do Sul e China, demonstrou "grande flexibilidade" na COP26 para aceitar medidas de combate às alterações climáticas face aos desafios internos de desenvolvimento.
"Reconhecemos a necessidade de avançar e alcançar resultados concretos na COP26. Para isso, demonstrámos grande flexibilidade para chegar a um resultado que seja aceitável para todos", disse Bhupender Yadav numa intervenção no plenário final da 26.ª cimeira do clima das Nações Unidas (COP26), a decorrer em Glasgow, falando em nome do grupo BASIC, composto pelo Brasil, África do Sul, Índia e China.
Os países do BASIC, acrescentou, "comprometeram-se com ações climáticas ambiciosas sem esquecer os desafios de desenvolvimento sérios que enfrentamos em casa".
Yadav apelou aos países desenvolvidos para "darem um passo em frente para cumprir não só os seus compromissos de reduzir emissões, mas também de acelerar financiamento, transferência de tecnologia e desenvolvimento de competências nos países em desenvolvimento".
Embora tenha notado "sinais encorajadores" em várias áreas e progresso em termos de financiamento, salientou a "profunda preocupação com a falta de mecanismos para pôr em prática estas medidas. A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) adotou formalmente uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.
A alteração foi proposta por Bhupender Yadav, que pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.
A proposta acabou por ser aprovada pelo presidente da cimeira, Alok Sharma, que afirmou de voz embargada "lamentar profundamente a forma com este processo decorreu".
O documento final aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comentou o acordo alcançado em Glasgow alertando que apesar de "passos em frente que são bem-vindos, a catástrofe climática continua a bater à porta".