Presidente de conferência emocionado pede desculpa por cedências finais
O presidente da conferência climática COP26, Alok Sharma, pediu hoje desculpa de forma emocionada pela forma como as negociações de última hora decorreram para ser possível aprovar o texto final, 26 horas depois do previsto.
A cimeira do clima das Nações Unidas (COP26) adotou formalmente a declaração final da COP26, com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.
"Peço desculpa pela forma como este processo foi desenvolvido. Peço imensa desculpa. Também percebo a profunda desilusão. Mas também é crucial que protejamos este acordo", afirmou, na sessão final, parando por momentos a intervenção para se recompor.
No final, disse que a versão revista da declaração final foi aprovada com alterações feitas oralmente, e encerrou oficialmente os trabalhos batendo com o martelo.
A proposta de alteração foi feita pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.
A Índia quis substituir o fim progressivo - "phase-out" por uma redução progressiva - "phase down" -, uma proposta que foi aceite com manifestações de desagrado de várias delegações, como a Suíça, e a União Europeia, e ainda de países mais vulneráveis às alterações climáticas.
A 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26) decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.