Manifestações contra golpe militar no Sudão causam um morto e "inúmeros" feridos
As manifestações de hoje no Sudão contra o golpe militar de 25 de outubro resultaram num morto e "inúmeros" feridos causados por disparos com munições feitos pelas forças de segurança, denunciou o Comité Médico Sudanês.
Segundo a agência de noticias EFE, aquele órgão, que monitoriza as mortes e os feridos em manifestações, relata, numa publicação feita na rede social Facebook, a morte de "um manifestante pacífico" em Un Durman por "munições vivas disparadas pelas forças do conselho militar golpista" durante os protestos de hoje.
No texto, são ainda referidos relatos de "numerosos feridos por munições vivas", bem como "a brutalidade das forças militares" para controlar as manifestações na capital do Sudão, Cartum.
O Comité Médico Sudanês, segundo a EFE, salienta que "existe um elevado grau de dificuldade no transporte de civis feridos para os hospitais", causado pelos pesados dispositivos de segurança instalados em várias cidades do país em resposta às manifestações.
Em 25 de outubro, o líder militar do Sudão, General Abdelfatah al Burhan, declarou o estado de emergência e dissolveu os corpos criados para a transição democrática no país africano, além de prender o primeiro-ministro, Abdullah Hamdok, que se encontra em prisão domiciliária.
Durante o dia de hoje, milhares de manifestantes saíram às ruas de várias cidades sudanesas em resposta ao apelo dos chamados comités de resistência e plataformas de oposição para mostrar a rejeição ao golpe e apelar à volta do governo dissolvido, bem como à libertação dos políticos detidos.
A EFE dá conta de relatos de membros dos comités de resistência e testemunhas que denunciam "dezenas" de manifestantes feridos em várias partes do país devido à intervenção das forças de segurança, que utilizaram gás lacrimogéneo e bastões para dispersar os manifestantes.
A comunidade internacional e organizações como a ONU exortaram aos militares sudaneses que levaram a cabo o golpe que permitissem que os sudaneses protestassem livremente, depois de pelo menos 14 pessoas terem sido mortas nas manifestações que se seguiram ao golpe.