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Juventude do CDS defende demissão do ministro da Defesa

Foto: ELTON MONTEIRO/LUSA
Foto: ELTON MONTEIRO/LUSA

A Juventude Popular, estrutura que representa os jovens do CDS-PP, defende que o ministro da Defesa Nacional "não pode continuar a exercer funções", na sequência do processo de militares suspeitos de tráfico de diamantes, ouro e droga.

Em comunicado, a Juventude Popular (JP) defende que "o ministro da Defesa não pode continuar a exercer funções" e afirma que "cada dia que Gomes Cravinho se mantém enquanto ministro é mais um dia de insulto institucional".

Os jovens centristas consideram que o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, "já habituou a episódios insólitos", mas "o tratamento dado ao episódio do tráfico de diamantes, sendo insólito e vexatório, não pode ser tratado com a indiferença de ser só mais um".

Citado no comunicado, o presidente da JP critica que "a decisão de deixar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, na ignorância de um dos casos mais graves que ocorreram na história das Forças Armadas, é inaceitável".

Francisco Camacho argumenta que "não só o caso não esteve durante um período sob segredo de justiça, como isso, por si, não impediria o ministro de o comunicar ao primeiro-ministro e ao Presidente da República".

Falando em "seis anos de trapalhadas governativas", o líder da JP questiona também "o que mais é preciso para se demitir um ministro socialista".

"A JP espera, assim, que este não seja mais um escândalo do PS a ficar sem respostas, descredibilizando a política aos olhos das novas gerações", salienta aquela estrutura.

Em declarações em jornalistas na quinta-feira, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou que o primeiro-ministro e o Presidente da República devem indicar se mantêm a confiança política no ministro da Defesa Nacional.

A Polícia Judiciária executou, a 08 de novembro, 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões da ONU na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios" no tráfico de diamantes, ouro e droga, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

Após o primeiro interrogatório judicial, o ex-militar e alegado líder da rede criminosa e o seu suposto "braço-direito" ficaram em prisão preventiva.