Madeira

Taxistas estão "revoltados e agastados" com pagamento para fazer serviço de doentes do SESARAM

TáxisRAM denuncia situação, controlada pela AITRAM, e que dizem já é do conhecimento do secretário da Saúde

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Os profissionais de táxi estão "revoltados e agastados" com o facto de terem de pagar um valor, cerca de 20 a 30 euros, à AITRAM para poderem constar da escala de serviço de transporte de doentes do Serviço Regional de Saúde. A denúncia é feita pela TáxisRAM, associação criada em 2020, cujo presidente frisa que "a situação está a tornar-se insustentável, porque apesar das reuniões que tivemos com o secretário da Saúde e com a presidente do SESARAM, continua tudo na mesma".

Em conferência de imprensa realizada esta tarde junto ao SESARAM, a TáxisRAM quis tornar público tudo o que se está a passar e fazer um apelo ao secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, uma vez que entendem que "o presidente da AITRAM (António Loreto) continua com o monopólio dos serviços e continua a cobrar aos profissionais pelo serviço".

"Temos vários projectos e estamos sempre a avançar e esta situação já se torna uma pedra no sapato que já se alonga há mais de um ano", refere Paulo Pereira, que espera que "desta vez, o sr. secretário regional resolve isto".

Lembrando que após as confusões em que as associações quiseram assumir a distribuição do serviço de transporte de doentes, não tendo chegado a um consenso. Numa reunião com o governante, em que também participou a presidente do SESARAM, Rafaela Fernandes, "no qual chegaram à conclusão que seria o próprio Serviço de Saúde, que iria ter uma plataforma para efectuar a distribuição do serviço" e "foi dado um número de telefone, caso houvesse problemas, para os profissionais ligarem e por email foi comunicado que a partir de dia 21 de Outubro passaria a ser assim, mediante a entrega de documentação pelos taxistas e poderem ser incluídos na plataforma", acrescentou.

Paulo Pereira disse que concordaram, mesmo porque sempre pretenderam a transparência do serviço e "os profissionais não tivessem de pagar à outra associação os tais 20 euros (sócios) e 30 euros (não sócios) para terem acesso ao transporte", denuncia, e ainda reforça que em Outubro souberam que a AITRAM continuava a fazer a distribuição deste serviço, denunciado pelos profissionais. "Foi-me pedido pelo chefe de gabinete do sr. secretário para lhes arranjar mensagens a confirmar essa situação, o que consegui de profissionais de táxi de cada freguesia, todos confirmando e identificando-se. Nessa altura, enviei isso para a Secretaria da Saúde, acredito que o sr. secretário terá confrontado a sra. presidente do SESARAM, e depois disso todos esses profissionais que denunciaram a situação foram excluídos do serviço".

E mais, "entrei em contacto com o sr. secretário e denunciei esta situação que não me parece ser correcta, pois foi um pedido da Secretaria da Saúde, e alguns deles já tiveram de ir ao SESARAM quase suplicar para voltarem a ter esses serviço, pois muitos das zonas rurais é quase só esse trabalho que fazem, ao contrário do Funchal, por exemplo", lembrou. "Perante esta situação, há um colega no Porto Moniz que enviou a tal denúncia e há dois meses que está sem fazer o serviço de transporte de doentes", atesta.

Para o dirigente da TáxisRAM, situações destas não podem continuar a acontecer numa sociedade democrática, sobretudo porque é injusto que os profissionais tenham de pagar a uma associação para realizar um serviço essencial. "Algo aqui está mal e o que pretendemos é que o sr. secretário regional da Saúde tenha uma mão firme sobre esta situação porque está a tornar-se insustentável, pois é o SESARAM que está a perder credibilidade perante os taxistas, que já não acreditam. Estão todos revoltados, porque isto é o mesmo que aconteceu no Porto do Funchal quando vinham os navios e a situação foi resolvida, com a APRAM a distribuir as escalas por todos", conclui.