Turismo deve apostar na internacionalização para fazer crescer competitividade
O presidente do Turismo de Portugal salientou ser importante perceber a forma como somos olhados pelos outros mercados. Luís Araújo fala numa imagem amigável e atractiva que é preciso reforçar. A mobilidade deve ser tida em conta, até porque a conectividade aérea na Madeira apresenta melhores indicadores do que em 2019. A internacionalização deve ser uma prioridade para reforçar a competitividade do país.
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, falava no painel II da Conferência Anual do Turismo, que decorre no Centro de Congressos do Casino da Madeira. A sua apresentação teve como tema ‘Potencial de recuperação das vendas do sector como um todo’.
A pandemia levou a 26 de recuo a nível de dormidas em todo o território nacional, sendo que em 2021 estamos já a recuperar, embora de forma tímida. O ano de 2019 foi o melhor ano de sempre. Em termos de volume de receitas recuámos até 2010. Luís Araújo frisou que o mercado nacional teve uma “procura esmagadora” pela Madeira, revelando-se um cliente importantíssimo. A capacidade aérea é um dos pontos cruciais para se poder falar de futuro, sendo que a Madeira superou os números de 2019 em termos de lugares disponíveis em 2021.
“A nossa capacidade de cativar pessoas lá fora depende muito da nossa visibilidade”, indicou o presidente do Turismo de Portugal. Salientou que Portugal é procurado “como um todo”. A título de exemplo, recorreu a um quadro com um estudo sobre a forma como os britânicos olham para Portugal, encarado de forma “tradicional, amigável, divertida, original”. Já para os espanhóis, somos “surpreendentes, diferentes” e que é preciso conhecer.
“Queremos alcançar 27 mil milhões de euros em 2027 em todo o território nacional”, reforçou Luís Araújo. As receitas do sector são “muito mais e muito maiores do que um aeroporto representa”, disse em relação a um novo aeroporto de Lisboa.
Em jeito de conclusão, o presidente do Turismo de Portugal falou do plano de 6 mil milhões de euros, criado para apoiar as empresas, reactivando o turismo e construindo o futuro. São quatro pilares: apoiar empresas, fomentar segurança, gerar negócio e construir o futuro. A grande maioria das linhas criadas está disponível para todo o território nacional.
Os mercados estratégicos são aqueles que se encontram mais perto de Portugal, mas olha também para outros como a China, que traz outro tipo de turistas e com diferentes possibilidades monetárias.
A competitividade faz-se também através da internacionalização das marcas turísticas. No fundo, levar as marcas nacionais “lá para fora”, criando parcerias e redes de distribuição. Além disso, deve capacitar o ‘trade’ e media, e a mobilidade. “Gerar negócio sem mobilidade, numa ilha, não existe”, referiu Luís Araújo, exemplificando com a necessidade de retomar ligações que, entretanto, foram perdidas. As ligações da Iberia entre Funchal e Madrid são uma grande oportunidade, quando antes não existia. A conectividade aérea para o Inverno que agora começou é positiva, com indicadores ainda mais positivos na Madeira, com mais ligações previstas do que em 2019.
No primeiro semestre de 2021, foram realizadas 112 press trips para a Madeira, um número expressivo quando olhadas as 220 press trips realizadas em todo o país.
“Conseguimos cativar visitantes novos” frisou Luís Araújo, também no seguimento do que já havia sido avançado por Cristina Cabral Ribeiro, seja através da oferta de enoturismo, turismo literário, turismo LGBTQIA+...