Turismo Madeira

Paulo Pereira alerta para a necessidade do Turismo se focar na recuperação pós-pandemia

Presidente da delegação da Madeira da Ordem dos Economistas abriu a XIV Conferência Anual do Turismo

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O sector do turismo representava 25% da economia da Região, antes da pandemia, mas viu-se forçado a interromper esse ciclo aquando do início da pandemia. A travagem feita pelos governantes levou à contratação de moratórias, empréstimos, lay-off e redução de custos operacionais por parte das empresas. “A lagartixa teve de sacrificar a sua cauda”, revelou Paulo Pereira, numa alusão àquela que é a imagem desta conferência.

Paulo Pereira, presidente da delegação da Madeira da Ordem dos Economistas, falava na sessão de abertura da XIV Conferência Anual do Turismo que se está a realizar no Centro de Congressos da Madeira, numa organização da Delegação da Madeira da Ordem dos Economistas. Este ano, o tema é ‘Resiliência e Recuperação’.

A ciência económica pura foi “confinada” devido à pandemia. Em causa estão aspectos como a inflação. A lei da oferta e da procura, com restrição de oferta mas com consequentes aumentos de preços “é notável”. Os gastos públicos representam maior impacto público, mas “não se vê”. A estagnação também está a levar a que a economia decaia. A origem do dinheiro gasto pelo público.

“Há ano e meio nos acenam com um PRR”, uma bazuca que se espera há mais de um ano. Paulo Pereira deixou duras críticas sobre a aplicação deste fundo, que ainda não chegou, mas que é entendido como uma espécie de ‘salvação’.

As perspectivas de recuperação dos vários países estão a ser travadas, seja nos EUA, seja na China que, por exemplo, enfrenta graves cortes de energia eléctrica. A Alemanha está também a braços com uma longa crise energética com o encerramento de centrais de energia.

O que mais falta a Portugal e à Madeira é capital. A recuperação tem de contar com incertezas “quanto ao que será a atitude dos governantes” da aplicação de medidas restritivas. Os mercados que tradicionalmente são concorrentes da Madeira vão também regressar em força e há perspectiva de aumento de preços de transporte de produtos, pelo que reduz o lucro das empresas. Empresas mais endividadas e com menos capacidade de investir é o que se perspectiva. Faltam voos e a resolução dos problemas no aeroporto, impactos negativos na natureza da RAM são alguns dos desafios que a Região tem de enfrentar.

“Devemos focar o nosso esforço naquilo que conseguimos solucionar”, referiu Paulo Pereira, dizendo ser importante debater o tema da recuperação.