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Fluxo de migrantes do Brasil e Venezuela aumenta no norte do México

Foto EPA/Daniel Ricardez
Foto EPA/Daniel Ricardez

Migrantes do Brasil e da Venezuela chegaram nos últimos dias em grande número à cidade de Tijuana, no norte do México, com mais 150 a serem enviados para um abrigo para pessoas em trânsito, na quinta-feira.

De acordo com a agência de notícias Efe, alguns chegam com o objetivo de se dirigirem a fronteiras próximas e outros para se instalarem no município.

Na quinta-feira, 150 pessoas de origem brasileira e venezuelana chegaram ao albergue Juventud 2000, no bairro da Zona Norte de Tijuana, tendo ali permanecido apenas duas horas, indicou um responsável.

O grupo, que incluía mulheres, homens e crianças, só pedia comida, e depois de descansarem, começaram a pedir táxis para se dirigirem a Tijuana.

"Estas 150 pessoas chegaram e [depois] saíram daqui em vários táxis que elas próprias tinham pedido, para circular na cidade, e disseram que iam ficar em hotéis e apartamentos que já tinham em vista", explicou o responsável do centro de acolhimento para pessoas em trânsito, José María García.

Segundo o ativista, um dia antes, na noite de 10 de novembro, 45 migrantes do Brasil chegaram ao mesmo abrigo, tendo comido e partido a seguir.

O dirigente associativo disse à Efe que não pôde entrevistar os migrantes brasileiros, por causa da língua.

"A razão pela qual estão aqui, não sabemos, porque não conseguimos entrevistar ninguém", explicou.

Já em relação aos migrantes venezuelanos, alguns indicaram querer partir em direção às fronteiras das cidades de Tecate e Mexicali, enquanto outros pretendiam ficam em Tijuana, acrescentou o responsável.

Há cinco dias, a Guarda Nacional e o Instituto Nacional das Migrações pararam um camião de transportes no qual se escondiam 75 migrantes, 16 da Venezuela, 58 do Brasil e um português, de acordo com a Efe.

Os migrantes, que estavam a caminho de um albergue em Playas de Tijuana, foram entregues às autoridades de imigração.

Desde o início do ano, a região registou uma vaga de migração sem precedentes, com 147.000 migrantes registados no México entre janeiro e agosto, o triplo do contabilizado em 2020.

Só em julho, as Alfândegas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos detiveram 212.000 migrantes.

O fenómeno tem vindo a aumentar desde outubro de 2018, quando caravanas de milhares de migrantes, na sua maioria da América Central, começaram a entrar no México, para tentar chegar aos Estados Unidos.