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Vice da Comissão Europeia inicia périplo para tentar travar fluxo migratório da Bielorrússia

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FOTO EPA/STR

O vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, iniciou ontem  nos Emirados Árabes Unidos um périplo por diversos países para tentar travar o fluxo de migrantes ilegais que procuram entrar na União Europeia (UE), procedentes da Bielorrússia.

A Comissão Europeia indicou que Schinas visitará países parceiros considerados "essenciais" para ajudar a deter a "instrumentalização das pessoas" por parte do regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

No Dubai, Schinas reunir-se-á com Anwar Mohammed Gargash, assessor do Presidente do país, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Reem al-Hashimy.

Na sexta-feira, o vice-presidente do executivo comunitário deslocar-se-á a Beirute, e nos próximos dias continuará o seu périplo por outros países que Bruxelas indicará posteriormente.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já tinha anunciado há alguns dias o périplo de Schinas pelos principais países de origem e trânsito dos migrantes, em coordenação com o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.

O objetivo, disse Von der Leyen, é "garantir que atuem para impedir que os seus próprios cidadãos caiam na armadilha montada pelas autoridades bielorrussas".

O porta-voz comunitário Adalbert Jahnz indicou hoje, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, que os países desse périplo foram escolhidos porque Bruxelas considera que podem "ajudar nesta situação sem precedentes".

A tensão da crise desencadeada pela Bielorrússia foi aumentando nas últimas semanas, em consequência das crescentes dificuldades que os migrantes que ficam retidos junto à fronteira enfrentam (sobretudo agora, em vésperas do inverno) e pelo nervosismo nos Estados-membros diretamente afetados: Polónia, Lituânia e Letónia.

A Polónia, em particular, não se mostrou até à data transparente sobre a situação na sua fronteira com a Bielorrússia, à qual tem impedido o acesso, nem aceitou a ajuda da Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas da UE) ou de outras agências europeias.

No entanto, hoje a Comissão Europeia anunciou que houve um pedido das autoridades polacas para que agentes da unidade que combate o tráfico de pessoas na Europol (serviço europeu de polícia) sejam enviados para o país.

Uma fonte da Europol, citada pela agência noticiosa espanhola Efe, confirmou que "já foi ativado o mecanismo para apoiar a Polónia no terreno".

No âmbito do seu mandato, a Europol está a destacar pessoal para Varsóvia e ajudará as autoridades polacas com "troca de informações" e proporcionando análise de operações, acrescentou a fonte.

O porta-voz Adalbert Jahnz indicou que os pormenores operacionais dessa assistência serão posteriormente divulgados.

Também disse que Bruxelas está à procura de "novos instrumentos" para responder ao desafio bielorrusso.

"Não é uma questão de migração, mas uma crise criada pelo regime de Lukashenko para exercer pressão sobre a UE", observou o porta-voz.

Von der Leyen indicou esta semana que a Comissão está a estudar sancionar, inclusive elaborando 'listas negras', as companhias aéreas de países terceiros que "participem ativamente no tráfico de pessoas".

Por sua vez, Borrell explicou na terça-feira no plenário do Parlamento Europeu que o Serviço Europeu de Ação Externa esteve em contacto com 13 países de origem e trânsito para os informar da situação e pedir-lhes cooperação para deter o fluxo de migrantes, em particular às autoridades iraquianas, que tomaram medidas para suspender voos diretos entre o país e Minsk.

Borrell indicou que a UE está a monitorizar potenciais novas rotas e voos de ligação e que as suas delegações no estrangeiro se concentrarão em informar as "potenciais vítimas" nos países de origem de que "as promessas de entrada livre na Europa são falsas".