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Região de Madrid vai destruir 100 mil vacinas a ponto de caducar

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Foto Shutterstock

A região de Madrid vai destruir cerca de 100.000 vacinas contra a covid-19 que não puderam ser administradas ou doadas porque a sua data de validade expirava de forma "imediata", segundo o Ministério da Saúde espanhol.

A autoridade nacional de saúde confirmou hoje que cerca de 100.000 doses de vacinas tinham de ser eliminadas, devido à redução da população a vacinar e porque a taxa de inoculação agora é mais baixa do que acontecia no verão ou em setembro.

Noventa por cento das doses retiradas são da Janssen e da Astrazeneca, de acordo com a Comunidade de Madrid, que lamenta que o Ministério da Saúde do Governo central se tenha recusado a permitir que estas vacinas fossem doadas.

Além disso, as autoridades públicas da região (comunidade autónoma) em que se encontra a capital de Espanha explicam que estas vacinas vão expirar porque o Ministério da Saúde "optou pela Pfizer".

O Ministério da Saúde contrapõe que as vacinas só podem ser transferidas para países terceiros quando faltam três meses para expirarem e que o governo da região de Madrid deu um pré-aviso de apenas 28 dias.

Em Espanha, o setor da Saúde é da competência de cada uma das 17 comunidades autónomas em que o país está dividido e Governo central (esquerda) e executivo regional de Madrid (direita) aproveitam todas as oportunidades para trocarem acusações sobre a situação nos mais variados setores.

O departamento chefiado pela Ministra da Saúde, Carolina Darias, assegura que não é possível doar vacinas Janssen a países terceiros porque não há acordo que o torne possível e reconhece também que estas vacinas deixaram praticamente de ser administradas em Espanha, de acordo com as novas estratégias de vacinação.

"O Ministério da Saúde, como fornecedor de todas as vacinas contra a covid-19 que as comunidades autónomas recebem, deveria ter incluído na sua estratégia como país doador também a doação de doses de Janssen, como fez com a AstraZeneca", lamentam fontes da Comunidade de Madrid, citadas pela agência espanhola Efe.

Por seu lado, o Ministério afirma não ter um registo de quantas vacinas expiraram em Espanha porque estas são administradas pelas comunidades autónomas.

Além das comunidades autónomas de Madrid e da Catalunha, onde 69.000 doses foram destruídas em setembro, cerca de 30.000 vacinas expiraram também em Aragão.

No entanto, outras comunidades, como a do País Basco, afirmam que apenas 36 vacinas expiraram dos mais de 3,6 milhões que chegaram à comunidade até ao final de outubro, o que representa apenas 0,00098% do total.

Em La Rioja, 30 doses de AstraZeneca que expiraram a 31 de outubro de 2021 foram também destruídas.