OE22: Traidores e traídos
As direitas e extremas-direitas dizem que este Orçamento do Estado para 2022 (OE22), é o que «está mais à esquerda». Não admira este exagero do (ainda) líder do CDS, que está em batalha campal e será canibalizado pelo Chega. O PSD/ Rui Rio, em guerra civil com o passista, Paulo Rangel, diz o mesmo. Açoitam o dito socialismo do PS/António Costa. A fulanização na política está instalada, sendo uma forma de distorcer a realidade. PSD/CDS fazem-no, quando dizem que AC é o responsável pelo chumbo do OE e este corrobora. Há vários PSes a dizerem-nos que PCP, BE e PEV são traidores(?), porque chumbaram o OE22. Traição seria aprová-lo!, já que as classes que menos têm seriam favorecidas com ‘’migalhas’’, enquanto os patronatos representados pelas suas confederações continuam a usufruir de exponenciadas benesses. A vitimização do PS/AC é extraordinária, quando chama para as negociações do OE22, o matarruano, Carlos César, dando um sinal musculado, que se fez sentir...
A campanha eleitoral começou antes do resultado final da votação no Parlamento. O guião do passa-culpas há muito que estigmatiza, PCP, BE e PEV, com a ajuda da imprensa, rádio e televisão.
Um mero exemplo: A deputada do PEV, Mariana Silva, iniciou um discurso sobre a agónica Cultura, tendo sido, logo, interrompida para dar voz a uma comentadora económica, na RTP3 dita de serviço público, paga por todos nós. Não ouvimos uma módica palavra de AC, no discurso final, sobre Cultura(!). A Cultura para o poder é um emblema na gola direita do casaco. No fundo é muito proveitoso ter a Cultura num estado caótico - como o actual!
Vítor Colaço Santos