Madeira

Banco do Grupo Espírito Santo na Madeira usado para pagar subornos a ex-ministro da Venezuela

Tema é desenvolvido na edição impressa de hoje do semanário Expresso

Ex-ministros do Transporte Terrestre e Obras Públicas da Venezuela Haiman El Troudi. Foto Version Final
Ex-ministros do Transporte Terrestre e Obras Públicas da Venezuela Haiman El Troudi. Foto Version Final

A Sucursal Financeira Exterior do BES na Madeira, grupo GES, foi usada para fazer chegar dinheiro proveniente de subornos ao ex-ministro dos Transportes e Obras Públicas do Governo da Venezuela, Haiman El Troudi.

Através dos bancos do GES na Madeira e no Dubai e de uma conta num banco em Antígua, Meinl Bank – fora do universo GES - foram encaminhados para o referido ministro mais de 92 milhões de euros.

O esquema é descrito na edição impressa de hoje do semanário Expresso, no âmbito da investigação pelo consórcio internacional de jornalistas, aos Pandora Papers.

Como descreve o semanário, o esquema envolve um conjunto de outras pessoas, incluindo a mulher do referido ministro, que passou a viver no Chiado, em Lisboa, em 2013.

Os dinheiros dos subornos foram proveniente da Odebrecht, construtora brasileira e estão relacionados com a realização de obras na Venezuela, nomeadamente, no metro de Caracas e no metro Los Teques.

As contas dos bancos do GES na Madeira e no Dubai, por onde passaram os dinheiros, foram abertas por Paulo Murta, ligado ao grupo GES, que era administrador de várias empresas offshore usadas para lavar o dinheiro.

Apesar de ter havido 92 milhões de dólares envolvidos, houve muito que se perdeu com a queda do GES e o do BES. Pelo menos 50 milhões investidos em acções preferenciais da Espírito Santo Overseas Limited (ESIOL) acabaram perdidos.