Libertados 187 reféns, incluindo bebés, que tinham sido raptados na Nigéria
Pelo menos 187 pessoas, incluindo bebés, que tinham sido raptadas no norte da Nigéria, foram quinta-feira libertadas, anunciou hoje a polícia.
As vítimas de rapto foram resgatadas pelas forças de segurança nigerianas de uma floresta no estado de Zamfara, onde tinham estado detidos durante muitas semanas, disse o porta-voz da polícia de Zamfara, Mohammed Shehu, através de um comunicado.
Adiantou que foram libertados "incondicionalmente", indicando que não foram pagos resgates.
Os reféns em Zamfara foram libertados na quinta-feira, como resultado de "extensas operações de busca e salvamento", e foram ajudados por medidas de segurança abrangentes, incluindo o encerramento de redes de telemóveis e restrições a reuniões e movimentos no estado de Zamfara, disse Shehu.
"As novas medidas de segurança no estado têm vindo a dar resultados tremendos, uma vez que levaram ao sucesso do resgate de muitas vítimas raptadas (...) que foram reunidas com as suas respetivas famílias", afirmou Shehu.
As agências de segurança da Nigéria continuarão a trabalhar "para assegurar o regresso de uma paz e segurança duradouras no Estado", prosseguiu.
Estas pessoas tinham sido raptadas por bandidos armados, que operam em reservas florestais remotas no noroeste da Nigéria. Os bandos dos "fora-da-lei" de motocicletas atacam as aldeias rurais onde assassinam, violam, roubam e fazem reféns.
Os grandes bandos ultrapassam frequentemente a polícia e a segurança nas povoações que atacam. Há milhares desses bandidos, segundo os especialistas em segurança.
Os bandidos estão frequentemente mais bem equipados do que os militares nigerianos, segundo Abdulaziz Yari, antigo governador do estado de Zamfara, o centro da crise.
Em julho deste ano, abateram um avião de combate militar nigeriano em Zamfara, disse.
A situação de segurança no noroeste da Nigéria tem vindo a deteriorar-se nos últimos meses e tem tido um "efeito cada vez mais sufocante" na economia da região, disse Nnamdi Obasi, conselheiro superior do Grupo Internacional de Crise, à agência Associated Press (AP).
Além de aumentar as medidas de segurança interna, o governo nigeriano deve melhorar a segurança ao longo da fronteira da Nigéria com o seu vizinho norte do Níger, afirmou. A área é uma rota notória para os bandidos, alguns dos quais, segundo ele, acampam em vastas terras florestais entre a Nigéria e o Níger.
A segurança na fronteira "precisa de ser levada tão a sério como as operações de segurança interna", declarou, acrescentando que existe "um grave défice de vontade" para enfrentar a crise, tanto a nível federal, estatal e local.