ONG acusa Grécia de intimidar activistas que defendem migrantes
Os ativistas que lutam pela proteção dos direitos dos migrantes que chegam à Grécia são intimidados e ameaçados pelas autoridades, denunciou hoje a organização Human Rights Watch (HRW).
A organização não-governamental com sede nos Estados Unidos analisou 19 depoimentos realizados por ativistas durante uma audiência com a relatora especial da ONU para os Direitos Humanos, Mary Lawlor, e que "demonstram um esforço coordenado das autoridades gregas no sentido de retirar o direito às ações dos grupos da sociedade civil sobre migrações".
A HRW acusa as autoridades gregas de prejudicarem o trabalho através de ameaças e intimidações.
De acordo a HRW, a atitude "hostil" do Governo grego também se manifesta pelos processos judiciais de que são alvo os ativistas que, apesar de não serem condenados, são alvo de uma "perseguição" que prejudica o trabalho humanitário na Grécia.
"Ouvi com grande preocupação os relatos dos ativistas sobre intimidações, ameaças e ataques físicos por parte de grupos de extrema-direita, além de existir uma campanha de desprestígio contra os defensores de direitos humanos nos meios de comunicação social, supostamente promovida pela polícia e que incluiu a divulgação de informações pessoais dos ativistas, o que aumenta o risco", disse Lawlor.
Na quinta-feira, o ministro das Migrações do Governo de Atenas, Notis Mitarakis, negou, mais uma vez, as denúncias, depois de uma investigação coordenada pela organização não-governamental holandesa Lighthouse Reports, que acusa os guardas fronteiriços gregos, croatas e romenos de maus tratos contra migrantes.
Mitarakis reuniu-se na quinta-feira com a comissária europeia do Interior, Ylva Johansson, que pediu uma investigação sobre a "violência organizada nas fronteiras", tendo afirmado que a Justiça grega vai investigar os factos.