Máscara, para que te quero
Quarta feira - 6 de outubro. Um pouco depois das 16:00h. saia do centro da cidade o autocarro da carreira 2 - linha verde, Ponta da Cruz - da empresa HF. Entrei na paragem junto ao Palácio de São Lourenço, e confesso que tive alguma dificuldade em ir muito além da zona da cabine do motorista. De pé, agarrei-me bem para poder controlar as sacudidelas do "Horário" que seguia com ligeireza para cumprir à risca o tempo estabelecido do percurso. foi então que observei melhor o que os meus olhos não queriam acreditar. Na primeiríssima cadeira mesmo junto à porta de entrada do autocarro, seguia, comodamente sentada, uma passageira - turista - de origem africana, que, de quando em vez, ingeria um pouco da sua cerveja em copo de plástico. Para o efeito, a visitante mantinha a sua máscara sanitária apenas esticada no queixo, bem à moda de um novo "new look" permitindo a esta turista um relaxante e contínuo saborear da sua cervejinha. Mas, será que mais ninguém vê isto? Interroguei-me. Ao lado da superdescontraída senhora, seguia de pé o seu companheiro de viagem, um grandalhão musculado com ar de um segurança privado que, lá do alto, desfrutava a paisagem única do destino turístico escolhido. Na oportunidade avancei mais para o centro do autocarro e libertei-me assim de um certo constrangimento. Mas mesmo ali, bem que me apetecia uma cerveja fresquinha com uns tremoços...O calor húmido outonal, realmente a isso convidava. A verdade é que há sempre quem transporte consigo, hábitos e costumes que são do desconhecimento geral da população (!). Já muito perto do Hotel Baia Azul, o casal de turistas saiu perguntando ao motorista onde ficava o Hotel Raga. Este, deu indicação que tinham de ir a pé até à paragem anterior. Enfim, um ligeiro despiste provocado pelo encanto da cerveja e a soberba paisagem da nossa ilha.
Vicente Sousa