Coronavírus Mundo

São Tomé e Príncipe entre os cinco países com mais casos por milhão de habitantes

None
Foto Lusa

O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) colocou hoje novamente São Tomé e Príncipe entre os cinco países com mais casos de covid-19 por milhão de habitantes no continente.

"Os cinco países que têm a maior taxa de incidência por milhão de habitantes são as Seicheles, Lesoto, São Tomé e Príncipe, Botsuana e Gabão", disse John Nkengasong durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia de covid-19 no continente africano.

"Normalizando os números para um milhão de pessoas, temos uma tendência que é diferente do número absoluto de casos, em que a África do Sul continua a liderar", explicou o médico camaronês, que há duas semanas tinha pela primeira vez colocado o arquipélago lusófono nesta lista.

No total, os 55 países africanos registaram um total de mais de 8,3 milhões de casos, o que representa 3,5% das infeções a nível mundial, das quais resultaram mais de 213 mil mortes entre os países, evidenciando uma taxa de letalidade de 2,5%, que é 4,4% do total de mortes a nível mundial, acrescentou Nkengasong.

"Na última semana, entre 27 de setembro e 03 de outubro, houve 67 mil novos casos reportados, o que representa uma descida de 13% face à semana anterior", disse o responsável, acrescentando que no mesmo período foram registadas "2.500 novas mortes, o que compara com as 2.600 mortes na semana anterior, ou seja, houve uma descida de 5% no número de mortes na última semana".

Na conferência de imprensa, John Nkengasong disse ainda que já houve 200 milhões de doses fornecidas a 53 estados africanos e desses, 156 milhões já foram administradas, o que equivale a uma "taxa de 76,7%, o que é muito encorajador".

Relativamente às pessoas completamente vacinadas com duas doses ou uma, no caso da Johnson & Johnson, 4,5% dos africanos já foram totalmente vacinados, acrescentou o responsável.

Sobre o processo de vacinação, John Nkengasong anunciou ainda que a União Africana irá enviar uma delegação à Índia para acelerar o acesso às vacinas.

"Vamos à Índia numa delegação decidida pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e que incluirá o enviado especial Strive Masiyiwa, para discutir com as autoridades indianas a necessidade de libertar quantidades suficientes, dado que estamos extremamente atrasados no processo de vacinação, porque só temos 4,5% da população vacinada e para chegar aos 70%, que é a nova meta, ainda temos um longo caminho pela frente", alertou o responsável.

A taxa de vacinação, continuou, "ainda é muito baixa, só 4,5%", disse, reiterando que "vacinar é a maneira de garantir a segurança coletiva de todos, porque a discussão sobre a produção de vacinas não resolve o problema hoje, o que resolve o problema hoje é saber onde e como vamos buscar as vacinas para dar às pessoas".

Durante a terceira vaga "morreram cerca de 80 mil pessoas em dois meses e meio, ou seja, 40% das mortes aconteceram nos últimos meses, e isso aconteceu por causa do acesso limitado às vacinas no continente, por isso, é tempo de traduzir os compromissos e as promessas em ações para salvar mais vidas em África", concluiu o responsável.

África registou 294 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 213.093 o total de óbitos desde o início da pandemia, e 11.549 novos contágios, de acordo com os dados oficiais mais recentes.

Segundo o África CDC, o total acumulado de casos de infeção no continente desde o início da pandemia é agora de 8.363.382 e o de recuperados é de 7.709.460, mais 10.438 nas últimas 24 horas

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A covid-19 provocou pelo menos 4.813.581 mortes em todo o mundo, entre mais de 235,76 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.