Uma moda de deitar fora

Para aqueles que não sabem, existe uma marca de roupa portuguesa na área do vestuário chamada Cafofo. Foi fundada em 1987 e tem como público alvo as mulheres que procuram a moda para o cotidiano com qualidade e conforto.

A Cafofo diz-se atenta ao mercado e às exigências, e revela que aposta na criatividade, inovação e na imagem de marca, através de roupas confortáveis a um preço médio baixo.

O professor Paulo Cafôfo terá se inspirado neste conceito para se apresentar ao mundo, através de uma careca luzidia e uma dentição que ofuscava. Com esse design, original e comercial, cativou alguns clientes, no entanto, tal como qualquer peça da indústria têxtil passou de moda, porque surgiram novas tendências, com maior qualidade e imagem, com um serviço de excelência, que valoriza a integridade e a confiança.

Ao contrário desta nova tendência, Paulo Cafôfo abdicou de estimular o relacionamento com os clientes e parceiros, deixou maximizar o valor de todas as partes envolvidas, começou a revelar tiques de que estava acima da própria empresa e, num ápice, deixou de produzir e comercializar peças que garantia terem qualidade e estilo próprio, quando na verdade não passavam de imitações falsas e com defeitos, desenhadas por estilistas sem conhecimentos e concebidos por costureiros e costureiras sem noção da realidade.

Tal como tantos outros empresários, Paulo Cafôfo fundou uma empresa que prometia lucros astronómicos, de que iria abanar o mercado com novos padrões. Esqueceu-se apenas de um pormenor: dos clientes, que não gostam de comprar gato por lebre. Resultado, como é normal, a empresa faliu.

Inácio Silva