Madeira começa a administrar a terceira dose
Já é conhecida a posição da Agência Europeia do Medicamento (EMA) sobre a terceira dose da vacina da Pfizer
As autoridades de saúde regionais aguardavam esta decisão para a Madeira começar a vacinar os grupos previamente identificados. Em causa estarão cerca de 80 mil pessoas.
Já são conhecidas as recomendações da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) para as doses extra e de reforço das vacinas contra a covid-19. Em causa estava a administração da terceira dose das vacinas da Pfizer(Comirnaty) e da Moderna (Spikevax).
No caso da Madeira, as autoridades de saúde regionais aguardavam esta decisão para poderem avançar com a administração da terceira dose aos grupos previamente identificados, nomeadamente, pessoas da linha da frente e pessoas consideradas vulneráveis (idosos, pessoas imunocomprometidas, onde se incluem, por exemplo, pessoas com doenças sistémicas e transplantadas, entre outras), contemplando cerca de 80 mil pessoas na Região, conforme números avançados recentemente pelas autoridades regionais.
Ao DIÁRIO, Herberto Jesus disse que a documentação está a ser analisada, mas “a boa notícia é que temos vacinas em stock”. O director regional da Saúde lembra que a vacinação vai começar com os transplantados, imunodeprimidos, e pessoas doenças autoimunes.
“Os restantes grupos serão analisados de acordo com a evidência científica e com as especificidades de uma região ultra-periférica com elevada densidade populacional e com grande proximidade social”, frisou o médico.
O Comité dos Medicamentos para uso humano da EMA (CHMP) concluiu que uma dose extra destas vacinas pode ser administrada a pessoas com sistema imunológico gravemente enfraquecido, pelo menos 28 dias após a segunda dose.
De acordo com a informação divulgada hoje por aquela Agência Europeia, a recomendação surge na sequência dos estudos realizados, cuja evidência mostra que uma dose extra dessas vacinas aumenta a capacidade de produzir anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2, sobretudo em pacientes transplantados ou com sistema imunológico enfraquecido.
Embora esteja comprovada a evidência directa de que a capacidade de produzir anticorpos nesses pacientes os proteja contra a covid-19, “espera-se que a dose extra aumente a protecção pelo menos em alguns pacientes”, lê-se na nota divulgada esta tarde. A EMA vai continuar, ainda assim, a monitorizar a situação.
Em relação às vacinas da Pfizer o Comité dos Medicamentos a EMA avaliou, ainda, os dados que mostram um aumento no nível de anticorpos quando uma dose de reforço é administrada aproximadamente 6 meses após a segunda dose em pessoas dos 18 aos 55 anos de idade. “Com base nestes dados, o Comité concluiu que as doses de reforço podem ser consideradas pelo menos 6 meses após a segunda dose para pessoas com 18 anos ou mais”, lemos, ainda, na nota divulgada.
A EMA aproveita para salientar a diferença entre a dose extra para pessoas com sistema imunológico enfraquecido e as doses de reforço para pessoas com sistema imunológico normal, cabendo a cada organismo de saúde pública dos diferentes países a emissão de recomendações oficiais sobre o uso de doses de reforço, tendo em conta os dados de eficácia emergentes e os dados de segurança limitados.
Não é conhecido, para já, o risco de doenças cardíacas inflamatórias ou outros efeitos colaterais muito raros após a administração do reforço, processo que vai ser monitorizado por aquele organismo europeu.