Rei da Jordânia diz que informações do 'Pandora Papers" foram distorcidas e exageradas
A casa real da Jordânia admitiu hoje que "não é segredo" que o rei Abdullah II - um dos envolvidos na investigação jornalística intitulada 'Pandora Papers'- tem diferentes propriedades, sublinhando ainda que as informações divulgadas foram distorcidas e exageradas.
"Algumas das informações foram usadas indevidamente, distorcendo a verdade, assim como exagerando e interpretando erroneamente" os factos, disse o palácio num longo comunicado, acrescentando que " não divulgar os imóveis privados do rei ocorre por razões de privacidade" e também por razões de segurança".
A investigação, conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICJI, sigla em inglês), descobriu como o monarca jordano passou as últimas décadas a construir um império imobiliário de luxo no valor de mais de 100 milhões de dólares (86 milhões de euros) com propriedades nos Estados Unidos e no Reino Unido.
O comunicado do palácio real foi divulgado um dia depois de o ICJI ter divulgado que centenas de líderes mundiais, políticos poderosos, bilionários, celebridades, líderes religiosos e traficantes de drogas têm escondido os seus investimentos em mansões, propriedades exclusivas à beira-mar, iates e outros ativos no último quarto de século.
O relatório é baseado na investigação de quase 12 milhões de arquivos obtidos de 14 empresas localizadas ao redor do mundo, segundo o ICJI.
O relatório está a ser chamado de "Pandora Papers" porque as descobertas lançam luz sobre os negócios anteriormente ocultos da elite e dos corruptos, além de demonstrar como estes usaram contas 'offshore' para proteger ativos no valor coletivo de bilhões de dólares.
Vários outros líderes, incluindo o primeiro-ministro checo e os Presidentes do Quénia e do Equador, foram incluídos nesta investigação e acusados de ocultar ativos em empresas 'offshore', inclusive para fins de evasão fiscal.