Cafôfo vai acabar a “licença sambática”
Segundo o poliglota Filipe Rebelo, Paulo Cafôfo tirou uma “licença sambática” da política, um género de dispensa ao serviço público, para tentar renascer das cinzas.
Sem prescindir do vínculo ao PS-Madeira, apesar da anunciada demissão após o desastre da noite eleitoral que teve nas autárquicas, Paulo Cafôfo continua a dar sinais de que o ciclo na política não terminou e que ambiciona concretizar o objetivo pessoal de chegar ao poder, independentemente da forma e dos meios.
É o regresso do que nunca foi, que se encontra amparado por uns quantos abutres que não se cansaram enquanto não apontaram, julgaram e condenaram alguns bodes expiatórios para a derrota nas eleições de setembro, entre os quais Miguel Silva Gouveia, hoje considerado persona non grata entre a principal fatia dos socialistas madeirenses.
Faltava, no entanto, encontrar um disfarce adequado para que Paulo Cafôfo pudesse voltar a mostrar a careca, aproveitado após o anúncio do chumbo ao Orçamento de Estado, que implicará eleições antecipadas, e que permitiu adiar a reunião da Comissão Regional do PS-Madeira e, assim, evitar o aparecimento de opositores à sua (vazia) liderança.
Dessa forma, não tenhamos dúvidas desta certeza, Paulo Cafôfo vai apresentar-se como candidato socialista pelo círculo eleitoral da Madeira à Assembleia da República, para dar o salto até Lisboa.
Carlos Pereira, Marta Freitas e Olavo Câmara, que andam pela capital a fazer vénias a António Costa e a votar favoravelmente orçamentos que são uma aberração para a Madeira, já começaram a coçar a cabeça, porque estão naturalmente a prémio.
Paulo Cafôfo prepara-lhes a cama, com a ajuda de outros iluminados, sobretudo de Miguel Iglésias e Duarte Caldeira, que se perfila como o número dois do PS-Madeira pelo círculo de amigos da Madeira.
Alexandra Queiroz