Biden e Papa Francisco conversaram sobre alterações climáticas e migração
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou hoje com o Papa Francisco sobre a crise climática e a ajuda à migração, durante uma longa reunião no Vaticano.
O Papa Francisco e Biden apertaram as mãos em sinal de amizade enquanto falavam, segundo imagens fornecidas pelo Vaticano, e também houve momentos em que o pontífice riu das palavras do Presidente norte-americano, o segundo Presidente católico da história dos Estados Unidos a ser recebido por um Papa, após John Kennedy.
A cordialidade hoje demonstrada parece virar a página das relações entre o Vaticano e os Estados Unidos, após anos de fria distância durante a era do ex-Presidente Donald Trump.
Além do mais, o Presidente democrata visitou o Vaticano no meio de críticas dos setores mais conservadores da Igreja Católica norte-americana, por causa da sua posição a favor do direito ao aborto.
Durante a reunião privada, os dois líderes discutiram o "compromisso comum de proteger e cuidar do planeta, a crise sanitária e a luta contra a pandemia de covid-19", mas o Papa também insistiu em ouvir Biden sobre "a questão dos refugiados e a assistência aos migrantes", de acordo com um comunicado de imprensa do Vaticano.
Também foi feita referência à "proteção dos direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de religião e de consciência", bem como "questões relacionadas assuntos internacionais atuais", na véspera da cimeira do G20 em Roma, em que Biden participará.
Segundo uma nota da Casa Branca, o Presidente Biden agradeceu a Francisco "pela sua defesa dos pobres do mundo e daqueles que sofrem com fome, conflito e perseguição" e "elogiou a liderança do Papa na luta contra a crise climática".
Os dois líderes também abordaram os esforços para reunir apoio global para a vacinação contra a covid-19 nos países em desenvolvimento e Biden agradeceu ao Vaticano "por falar em nome dos detidos injustamente, incluindo na Venezuela e em Cuba", segundo a nota da Casa Branca.
Houve ainda um momento emotivo quando Biden presenteou o Papa com uma moeda com o selo dos Estados Unidos de um lado e com o selo do Delaware do outro -- o estado norte-americano de que foi governador Beau Biden, o seu filho mais velho, que morreu, vítima de cancro, aos 49 anos.
"O meu filho gostaria que ficasse com esta moeda", disse Biden, acrescentando em tom de brincadeira: "A tradição diz que, se não a tiver na nossa próxima reunião, terá de pagar as bebidas."
Durante a tradicional troca de presentes, o Papa ofereceu a Biden uma peça de cerâmica representando um peregrino e o Presidente dos Estados Unidos deu a Francisco uma peça da Companhia de Jesus bordada à mão, de 1930, que pertence ao acervo da Igreja da Santíssima Trindade em Washington, onde o líder norte-americano vai à missa aos domingos.
A delegação norte-americana incluiu ainda o secretário de Estado, Antony Blinken, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e a primeira-dama, Jill Biden.