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Anacoreta Correia rejeita definição da legitimidade de decisões consoante sejam favoráveis ou não

Foto Arquivo/Orlando Almeida/Global Imagens
Foto Arquivo/Orlando Almeida/Global Imagens

O presidente do Conselho Nacional do CDS-PP defendeu ontem à noite que "não é razoável" e "não é aceitável" achar que as decisões do Conselho Nacional "são mais ou menos legítimas consoante são favoráveis ou desfavoráveis" a alguém.

"Não é razoável, não é entendível e não é aceitável do ponto de vista político que determinados atores possam achar que as decisões do Conselho Nacional são mais ou menos legítimas consoante são favoráveis ou desfavoráveis aos próprios", afirmou.

Apontando que "há algumas semanas", os críticos "invocaram ilegitimidade do processo de decisão do Conselho Nacional sobre a marcação do congresso", Filipe Anacoreta Correia referiu que "agora essas mesmas pessoas invocam que é precisamente sobre essa decisão que apoiam a sua posição política".

E salientou que as decisões do Conselho Nacional são legítimas porque este órgão "expressa a voz do partido" e "devem ser aceites, sejam favoráveis ou desfavoráveis a qualquer um dos lados".

O presidente do Conselho Nacional falava aos jornalistas na sede do partido, enquanto decorria uma reunião da Comissão Política Nacional, que começou pelas 22h00 e terminou já depois das 03h00.

Para hoje ao final da tarde está marcado um Conselho Nacional extraordinário, convocado com caráter de urgência a pedido do presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, cuja ordem de trabalhos tem dois pontos: "deliberação sobre a realização do XXIX Congresso Nacional" e "análise da situação política".

"E será certamente com respeito total pelas regras democráticas que o Conselho Nacional determinará esse futuro. Nós não podemos é dizer que ele é mais ou menos democrático consoante as decisões no sejam favoráveis ou desfavoráveis, isso é inaceitável", frisou o centrista.

O presidente do Conselho Nacional garantiu também que não permitirá "qualquer tentativa de desvalorização" do órgão máximo do partido entre congressos.

"O Conselho Nacional tem plenos poderes e condições políticas para definir aquilo que achar que é melhor para o futuro" do CDS-PP, salientou o também vice-presidente da Câmara de Lisboa, apontando que o adiamento de um congresso é um processo que tem "paralelo em outras alturas do partido".

Filipe Anacoreta Correia considerou que as críticas que ouviu relativamente ao facto de a reunião decorrer por videoconferência e também sobre o método de votação "não são aceitáveis, coerentes e compreensíveis".

A videoconferência "foi uma exigência de muitos dos críticos da atual direção" e permitiu "um aumento substancial da participação" de conselheiros, defendeu.

Já quanto à votação eletrónica, o presidente do Conselho Nacional apontou que também "foi uma exigência dos críticos" e lembrou que "nas primeiras reuniões" com esta direção "as votações foram deitas em modalidade nominal", em que "cada conselheiro era chamado individualmente e expressava o seu sentido de voto".

"Quero garantir de forma absolutamente taxativa que exigirei, como sempre exigi, que todo o processo ao nível das intervenções e da votação seja totalmente transparente, e ele é escrutinável e escrutinado. E estou disponível para retomar, se os conselheiros assim o entenderem, a modalidade de votação nominal, para que não se levantem quaisquer dúvidas", anunciou.

Questionado da razão para a marcação do Conselho Nacional de um dia para o outro, Filipe Anacoreta Correia defendeu que "a urgência da convocatória é manifesta" e "inevitável" derivada da crise política na sequência do 'chumbo' do Orçamento de Estado.

O 29.º Congresso do partido, no qual será eleita a nova liderança, está marcado para 27 e 28 de novembro, em Lamego (distrito de Viseu). São candidatos à presidência do CDS-PP o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado e líder da distrital de Braga, Nuno Melo.