Angela Merkel aterra na Grécia para última visita ao país ao qual "exigiu tanto"
A chefe do Governo alemão, Angela Merkel, aterrou hoje em Atenas para a sua última visita oficial à Grécia, país ao qual já admitiu ter exigido um grande esforço durante a crise financeira da última década.
Em setembro, a 'chanceler' assumiu numa entrevista transcrita pela imprensa grega que o momento mais difícil dos seus 16 anos de mandato foi "quando exigiu tanto da Grécia".
Perto de cessar funções, ao fim de 16 anos de uma liderança marcada particularmente pela crise da dívida grega e pela crise migratória, Merkel regressa a Atenas num dia simbólico, em que a Grécia celebra o seu Dia Nacional, o dia do "Não" ao fascismo e ao nazismo durante a II Guerra Mundial.
Quando a Grécia enfrentou uma grave crise financeira em 2009, Angela Merkel e o, então, ministro das Finanças Wolfgang Schaüble exigiram cortes orçamentais e aumentos de impostos drásticos, em troca do seu apoio a três planos de resgate internacionais de mais de 300 mil milhões de euros.
Em 2012, no auge da crise, a chanceler foi recebida em Atenas com grandes manifestações anti-austeridade, cartazes com suásticas nazis e caricaturas com o bigode de Hitler, mas nas visitas seguintes, em 2014 e 2019, os protestos foram proibidos.
Angela Merkel janta hoje no palácio do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e reúne-se na sexta-feira com a presidente do país, Katerina Sakellaropoulou, antes de uma conferência de imprensa com Mitsotakis.
De acordo com uma fonte do governo grego, a crise energética e a pandemia de covid-19, mas também as difíceis relações com a vizinha Turquia e a questão migratória estão na agenda das conversações.