O exemplo de Max Stahl
Boa noite!
Todos aqueles de uma forma ou de outra lutaram pela autodeterminação de Timor-Leste no início dos anos 90 admiravam Max Stahl, o jornalista britânico que falava português e que mostrou ao mundo o sangrento massacre de Santa Cruz, em Dili.
As imagens eloquentes desse momento cruel provaram os moldes da ocupação indonésia, foram decisivas para o despertar colectivo e aceleraram definitivamente o reclamado processo de independência de Timor. Max Stahl, a voz do povo que sangrava enquanto pedia por justiça e paz, correu perigo de vida em vários momentos, mas foi um cancro que ontem o fez partir para a eternidade.
Timor agradeceu-lhe a ousadia e a generosidade em vida. Max não só foi condecorado com o Colar da Ordem da Liberdade, como viu ser-lhe atribuída a nacionalidade timorense.
Timor mostrou ao mundo ter orgulho num jornalista que não sucumbiu ao medo, apesar das balas que viu matar inocentes e das provas que foi obrigado a esconder nos jazigos do cemitério da barbárie.
O persistente Max Stahl deixa-nos um arquivo que foi considerado pela UNESCO como Registo da Memória do Mundo e sobretudo alento para não vacilarmos mesmo que, de arma em punho ou dedo em riste, os que ocupam territórios e espaços que se querem livres tentem intimidar quem tem pacto exclusivo com a verdade.