Madeira

José Manuel Rodrigues pede "reflexão séria" sobre salários em Portugal

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira em audiência com a presidente da Cáritas Portuguesa
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira em audiência com a presidente da Cáritas Portuguesa

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, recebeu, hoje, dia 28 de Outubro, em audiência, a presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, que deu a conhecer os planos da instituição na ajuda aos mais carenciados.

José Manuel Rodrigues aproveitou o encontro para “agradecer o trabalho extraordinário que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) fizeram no apoio aos mais vulneráveis e à classe média que atravessou momentos difíceis”.

“Se hoje estamos num processo de retoma económica e de recomposição do tecido social, isso deve-se ao trabalho das IPSS, em particular da Cáritas”, vincou.

Na audiência, onde se falou de estratégias de combate à pobreza e à exclusão social, o líder do parlamento regional salientou que “deve ser motivo de reflexão o facto de termos 10% de pessoas que trabalham, mas que são consideradas pobres, porque não atingem o rendimento do limiar de pobreza em Portugal, que é de cerca de 540 euros”.

Para o governante, não é “admissível que uma pessoa trabalhe o mês inteiro e depois não tenha rendimento suficiente para fazer face a despesas essenciais”. Por este motivo pediu "ao poder político, aos empresários e aos sindicatos uma reflexão séria sobre esta problemática".

José Manuel Rodrigues defendeu ainda "políticas sociais mais inovadoras" e apoios financeiros que “retirem as pessoas da pobreza e das situações de vulnerabilidade em que se encontram”.

Refira-se que a deslocação da presidente da Cáritas Portuguesa à Região está inserida num projecto de trabalho com a Cáritas Diocesana do Funchal. “Eu venho conhecer as preocupações e os talentos da Cáritas Diocesana do Funchal, para os integrar na proposta para a ação de 2022”, revelou Rita Valadas à comunicação social.

A responsável explicou que "no próximo ano a meta é reforçar o trabalho de rede e de proximidade de modo a dar resposta às dificuldades” das pessoas. “A pobreza não é igual a todos os sítios em Portugal. Sendo a Cáritas Portuguesa um serviço para as Cáritas Diocesanas, eu venho perceber como é que a Cáritas Portuguesa pode ajudar o Funchal”, sustentou.

A Cáritas Diocesana do Funchal apoia cerca de 650 famílias, menos 200 famílias do que durante a crise pandémica. “A situação de retoma já se sente no Funchal, devido à retoma do turismo”, disse a Rita Valadas que se mostrou, no entanto, “muito preocupada com o que vai acontecer com o fim das moratórias e dos layoff’s”.

'A Cáritas na escola' é outro projecto que está a ser desenvolvido em todo o país e que, na Madeira, vai passar pelas escolas do Curral das Freiras, Câmara de Lobos e pelo Externato da Apresentação de Maria, no Funchal. “A ideia é levar os jovens a discutir o tema da paz. É importante falar destes temas às crianças, porque se nós não mudarmos a perspetiva das crianças não vamos ter adultos diferentes daqueles com que nos preocupamos hoje”, clarificou Rita Valadas.

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira mostrou-se ainda preocupado com o aumento do número de “jovens que nem trabalham nem estudam", a chamada “geração nem nem” e lançou, por isso através da Cáritas, um apelo para que se "façam estudos que tracem estratégias para ajudar a resolver um problema que já atinge muitas famílias no nosso país, e na Madeira em particular".