Pandemia reduziu a facturação das empresas em 9,6% em 2020
O impacto da pandemia levou a uma queda generalizada dos indicadores das empresas não financeiras em 2020, com uma redução de 9,6% do volume de negócios face a 2019, mas foram criadas mais 2,8% empresas, segundo o INE.
Em comunicado, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu conta de que, segundo resultados provisórios acerca da situação das empresas não financeiras em Portugal no ano passado, que incluem as sociedades não financeiras e as empresas em nome individual, "em 2020, as empresas não financeiras registaram um decréscimo do volume de negócios e do valor acrescentado bruto (VAB) de 9,6% e 10,1%, respetivamente (+4,0% e +5,8%, em 2019)".
Ou seja, o volume de negócios ascendeu a 373 mil milhões de euros, o VAB a 93,8 mil milhões de euros e o pessoal ao serviço foi de 4.205.308 pessoas.
O número de empresas, de acordo com os dados do Instituto, atingiu 1.354.720, um aumento de 2,8% face a 2019.
Paralelamente, diz o INE, "o pessoal ao serviço, os gastos com o pessoal e o excedente bruto de exploração (EBE) diminuíram 0,5%, 1,7% e 18,1%, respetivamente (+4,1%, +8,7% e +2,1%, em 2019, pela mesma ordem)".
"O confinamento imposto, em função da evolução da pandemia, teve fortes repercussões" no desempenho de vários setores de atividade, "salientando-se o alojamento e restauração e os transportes e armazenagem, que registaram taxas de evolução negativas de 47,4% e 33,6%, respetivamente", indicou o INE.
Da mesma forma, "a diminuição do pessoal ao serviço em 2020 (-0,5%) foi fortemente influenciada pelos setores da indústria e energia e do alojamento e restauração que registaram, ambos, contributos de -0,5 p.p. [pontos percentuais]".
Segundo os mesmos dados, "a indústria e energia e o comércio foram os setores que mais contribuíram para a diminuição do volume de negócios (3,3 p.p. e 2,4 p.p., respetivamente)", sendo que "no que respeita ao VAB, os setores do alojamento e restauração e dos transportes e armazenagem foram os que mais contribuíram para o decréscimo de 10,1% (contributos de -3,1 p.p. e - 2,5 p.p., pela mesma ordem)".
O INE analisou ainda um universo mais restrito, só das sociedades financeiras, concluindo que se observou "um acréscimo de 2,1% no número de sociedades em 2020, enquanto as restantes variáveis em análise registaram uma descida face ao ano anterior".
"Este conjunto de sociedades empregou 3.211.386 trabalhadores (-1,5% que em 2019), reduziu o seu volume de negócios em 9,9% (atingindo 357,7 mil milhões de euros) e gerou um VAB de 86,8 mil milhões de euros (-10,4% que em 2019)", indicou.
Além disso, "no biénio em análise, a mediana da distribuição do total das sociedades não financeiras pelo resultado líquido, passou de 1.383 euros para 158 euros".
O INE sublinha ainda que, no ano passado, "a produtividade aparente do trabalho nas sociedades não financeiras decresceu 7,2%, atingindo 27.565 euros por pessoa ao serviço e a remuneração média ascendeu a 15.180 euros por pessoa ao serviço remunerada (+1,1% que em 2019)", ressalvando que "este indicador traduz em parte o efeito de medidas de política pública visando mitigar o impacto da pandemia no emprego e rendimento das famílias, como o regime de 'lay-off' simplificado".