Navio hidro-oceanográfico português em operação de controlo de microplásticos em Cabo Verde
O navio hidro-oceanográfico D. Carlos I, da Marinha portuguesa, vai iniciar nos próximos dias uma campanha oceanográfica e de controlo de microplásticos ao largo do arquipélago de Cabo Verde, divulgou hoje a Embaixada portuguesa na Praia.
De acordo com informação do gabinete do Adido de Defesa junto da Embaixada de Portugal, o navio largou da Base Naval de Lisboa em 18 de outubro de 2021, integrado na Força Nacional Destacada para a missão "Iniciativa Mar Aberto 2021.2", que decorre até 15 de janeiro de 2022, sendo esperado já hoje para uma escala no porto do Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente.
Em Cabo Verde, a missão do navio da Marinha portuguesa, que prevê ações de cooperação de índole bilateral e multilateral, de presença e diplomacia naval, "contribuindo para a segurança marítima na área de operações correspondente ao espaço geográfico do Golfo da Guiné", contempla escalas no porto da Praia de 05 a 07 de novembro e depois de 15 a 19 de novembro novamente no porto Grande, em São Vicente.
Os "trabalhos científicos" a desenvolver em Cabo Verde pelo navio, de 68 metros de comprimento, e respetiva guarnição, serão realizados em cooperação com o Instituto do Mar e com o Instituto Superior de Engenharia e Ciências do Mar, entre outras instituições cabo-verdianas.
"Comportará a realização de uma campanha oceanográfica, biogeoquímica e de controlo de microplásticos ao largo do arquipélago. Será ainda efetuado o lançamento de flutuadores derivantes e de um 'wave glider' para realização de observações ambientais e será fundeada uma boia ondógrafo na costa sul da ilha de São Vicente", esclarece a mesma informação.
A Força Nacional Destacada é constituída pelo Navio da República Portuguesa (NRP) D. Carlos I, com 51 militares embarcados, integrando ainda uma equipa de mergulhadores e uma equipa de segurança reforçada. Ao longo da missão está previsto o embarque de equipas multidisciplinares de cientistas do Instituto Hidrográfico em Angola e no arquipélago de Cabo Verde, "para a persecução dos trabalhos no âmbito da cooperação científica de cariz hidro-oceanográfico".
A "Iniciativa Mar Aberto 2021.2" pretende "contribuir para o conhecimento situacional marítimo, desenvolvimento científico e da segurança cooperativa na costa ocidental africana", na "prossecução de objetivos da política externa nacional na satisfação de compromissos internacionais assumidos por Portugal" perante a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe.
Esta missão prevê igualmente uma escala do navio D. Carlos I no Senegal e inclui ainda a participação nacional no projeto-piloto da União Europeia das Presenças Marítimas Coordenadas.
No âmbito da Cooperação no Domínio da Defesa, a Marinha portuguesa prevê igualmente serão desenvolver nesta missão "atividades de presença e de diplomacia naval", em cooperação com a Marinha de Angola, a Guarda Costeira de Cabo Verde e a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, "incluindo atividades de cooperação técnica e científica com o Instituto Nacional de Hidrografia e de Sinalização Marítima de Angola e com o Instituto do Mar de Cabo Verde".