Chumbo do Orçamento condiciona a recuperação da Madeira
Paulo Cafôfo enviou comunicado
"O chumbo do OE levará a eleições antecipadas onde tudo se baralha, para dar de novo, na certeza de que não poderemos ficar num impasse e à mercê dos enormes desafios sociais e económicos que nos esperam. Não podemos deixar o nosso futuro suspenso em duodécimos num momento como este". Esta é a posição assumida em comunicado pelo ainda presidente do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, que salienta que "fica claro que a não aprovação do OE por parte dos partidos que se fazem representar na Assembleia da República se deve a meros interesses político-partidários, ao invés de assegurar a estabilidade governativa para Portugal num período tão difícil das nossas vidas colectivas."
Cafôfo sublinha que "esta crise política prejudica a Região Autónoma da Madeira de forma grave, colocando em causa os investimentos e apoios do Estado importantíssimos para o nosso desenvolvimento, como o do novo Hospital" e acrescenta que o OE para 2022 "apresenta um conjunto de medidas estruturantes para fazer avançar o país e a Região, apoiando as famílias e as empresas num período crítico para todos os portugueses, que vivem as condicionantes da crise sanitária e económica. A conta geral do Estado cumpre com o programa do Partido Socialista, com a devolução de rendimentos às famílias, o maior aumento do salário mínimo de sempre, o aumento das pensões, o IRS jovem, um abono para combater a pobreza infantil, acaba com os pagamentos especiais por conta, faz a atualização salarial da função pública e aposta numa agenda para o trabalho digno e o combate efectivo à pobreza."
"A irresponsabilidade pelo chumbo do OE de 2022 fica ainda mais patente quando olhamos para o contexto económico internacional, no qual se vislumbram desafios exigentes, aos quais temos de dar resposta no curto-prazo no contexto regional, nacional e europeu", refere ainda.
Paulo Cafôfo condena ainda a postura do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, em todo este processo, "ziguezagueando em busca de palco político sem atender aos interesses do povo madeirense. No espaço de uma semana, o presidente do Governo Regional afirmou de forma contundente o voto contra dos três deputados do PSD-Madeira na Assembleia da República, ambicionando uma crise política ao afirmar publicamente que “a queda do governo era a melhor coisa que podia acontecer ao país”. O mesmo Miguel Albuquerque mudou subitamente de opinião abrindo a porta à viabilização do orçamento, dizendo-se disponível e a aguardar um telefonema. Mas como ninguém lhe ligou, o presidente do Governo Regional volta à postura inicial num conjunto de declarações públicas desajustadas e que não enobrecem o cargo para o qual foi eleito."