Orçamento do Estado Madeira

Deputados do PSD Madeira vão votar contra Orçamento do Estado

"É bom para Portugal que este Governo caia", afirmou Miguel Albuquerque

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É bom para Portugal que este Governo caia.

A afirmação é do presidente do Governo Regional da Madeira, que esta manhã, em declarações aos jornalistas, confirmou que os três deputados eleitos pelo PSD Madeira à Assembleia da República vão votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022.

Miguel Albuquerque negou também ter sido contactado pelo Presidente da República para negociar a viabilização do Orçamento e evitar assim a queda do Governo.

O líder do Governo Regional diz que estaria disposto a negociar caso Lisboa estivesse disposta a rever propostas para a RAM. "Eu estou sempre disponível para colaborar e trabalhar para o bem do país, levando em linha de conta aqueles que são os interesses primaciais e fundamentais da Madeira", declarou Miguel Albuquerque, acrescentando, contudo, que o sentido de voto definido para os deputados eleitos pela Madeira é contra.

Albuquerque falava à margem de uma visita a uma empresa do ramo imobiliário, no Funchal, onde adiantou que "ninguém" do Governo ou do PS ao nível nacional conversou ainda consigo sobre o Orçamento do Estado para 2022, que hoje é votado na generalidade.

Por outro lado, realçou que o líder do PSD, Rui Rio, conhece "perfeitamente" qual é a posição a estrutura regional sobre esta matéria.

"Os deputados do PSD/Madeira vão votar contra o Orçamento", declarou, deixando, no entanto, claro que a região autónoma tem uma "realidade específica".

E vincou: "A minha obrigação enquanto eleito para presidente do Governo Regional da Madeira, contra tudo e contra todos, é defender os interesses, em primeiro lugar, da Região Autónoma da Madeira e da sua população. Isso é a minha obrigação."

Entre as matérias que o executivo regional reivindica contam-se o financiamento do novo hospital da Madeira (obra orçada em 340 milhões de euros), os encargos com os subsistemas de saúde do Estado que são pagos pela região, os impostos cobrados na Madeira que não são entregues à região, a mobilidade aérea e as ligações marítimas.

Afirmou ainda que a actual crise política resulta da "irresponsabilidade" do PCP e do Bloco de Esquerda, considerando que estes partidos levaram o país a uma "situação insustentável".

"É melhor haver uma clarificação política e dar a voz ao povo", disse, indicando ainda ser melhor ter um orçamento em duodécimos do que um "orçamento de ruína".

Miguel Albuquerque considera que o país se encontra perante uma "realidade de crise política, de estagnação económica e, possivelmente, de um novo resgate financeiro".

"Acontece que ficamos nas mãos dos partidos da extrema-esquerda, e como toda a gente sabe, os países governados por estes partidos estão sempre na ruína", afirmou, reforçando: "É uma situação confrangedora que decorre da irresponsabilidade desses partidos de extrema-esquerda que nunca devem fazer parte do arco da governação."

E sintetizou o seu ponto de vista: "A questão é esta: os derrotados das autárquicas, que são o Partido Comunista e Bloco de Esquerda, estão a chantagear o país e querem levar o país à ruína, com exigências que são incomportáveis no actual quadro legislativo e face à crise que está no horizonte."

A Assembleia da República vota hoje, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2022, que deverá ser chumbada caso se concretizem os votos contra anunciados pelo PCP e pelo BE.