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Homem confessa ter atirado machado contra a mulher mas nega ter tido intenção de a matar

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Um homem de 55 anos acusado do homicídio da mulher em Arouca, no distrito de Aveiro, confessou hoje no início do julgamento ter atirado um machado contra a esposa, mas negou ter tido intenção de a matar.

"Perdi a cabeça. Estava tresloucado. Tinha o machado na mão e mandei", afirmou o homem, durante a primeira sessão do julgamento, que começou esta manhã no Tribunal da Feira e à qual estão a assistir vários familiares da vítima envergando uma camisola com a sua imagem.

Perante o coletivo de juízes, o arguido disse que se sentiu "humilhado" por causa de a mulher lhe ter chamado nomes, após uma discussão, esclarecendo que atirou o machado na direção do sofá e que não tinha intenção de a matar.

O arguido negou ainda ter insultado e agredido a esposa em diversas situações ocorridas anteriormente, como refere a acusação do Ministério Público (MP), afirmando que ele é que era agredido por causa dos ciúmes que ela sentiria.

O crime ocorreu em 20 de dezembro de 2020, numa altura em que o arguido e a vítima, que estavam emigrados em França, já se encontravam separados, vivendo em casas diferentes.

Segundo a acusação do MP, o casal de emigrantes decidiu passar o Natal em Portugal na companhia dos filhos, ficando ambos alojados na sua residência em Arouca.

O MP refere que, após uma discussão com a ofendida, por pensar que aquela mantinha relacionamentos extraconjugais, o arguido foi buscar um machado ao exterior da habitação e desferiu-lhe um golpe na cabeça.

De seguida, fugiu do local no seu carro, mas despistou-se, tendo-se dirigido a pé até casa de uma irmã a quem contou o sucedido pedindo para ela chamar a GNR.

A vítima foi transportada em estado grave para o Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, tendo acabado por morrer a 01 de janeiro de 2021, na sequência dos ferimentos.

Antes deste episódio, o homem, que se encontra em prisão preventiva, já teria agredido várias vezes a mulher, que chegou a apresentar uma queixa em agosto de 2020, tendo sido proferido um despacho de acusação imputando ao arguido a prática de um crime de violência doméstica.

Durante as discussões, que segundo o MP ocorriam frequentemente, o arguido partia objetos, agredia a ofendida com murros, pontapés e empurrões, tendo chegado a tentar asfixiá-la com uma almofada e apertado o pescoço com as mãos.