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Navio dos Médicos Sem Fronteiras com 376 migrantes aguarda por porto para desembarcar

Foto Shutterstock/Alessio Tricani
Foto Shutterstock/Alessio Tricani

O navio "Geo Barent" da Organização Não Governamental (ONG) Médicos sem Fronteiras está a aguardar por um porto para desembarcar depois de ter resgatado 376 migrantes no Mediterrâneo central no fim de semana.

O último resgate ocorreu na noite passada, quando ativistas do Alarm Phone, que recebem chamadas de migrantes em perigo, deram o alerta para um barco insuflável com 71 pessoas a bordo.

"Graças ao alerta do Alarm Phone conseguimos chegar ao barco, que navegava com condições do mar adversas, com ondas de três metros. Apesar disso, conseguimos salvar as 71 pessoas a bordo", segundo a ONG.

Desde que voltou ao Mediterrâneo central, o "Geo Barents" realizou várias operações de socorro, a primeira foi em 22 de outubro, quando salvou 36 migrantes, incluindo 15 menores.

Recentemente, uma outra embarcação, a "Aita Mari", da organização espanhola Salvamento Marítimo Humanitário, resgatou do Mediterrâneo 105 pessoas, das quais seis com covid-19.

Este navio deverá chegar hoje a Trapani, na ilha italiana da Sicília, para desembarcar os 105 migrantes que resgatou na terça-feira no Mediterrâneo.

Segundo a ONG, após seis dias de espera, o navio recebeu no domingo a notificação do centro de coordenação de Roma para se deslocar ao porto de Trapani e proceder ao desembarque destas pessoas, resgatadas na zona.

No fim de semana, o navio da ONG Sea Watch com 406 migrantes a bordo também chegou a Pozzallo, na Sicília.

Cerca de 370 migrantes provenientes da Líbia foram resgatados, neste fim de semana, no Mediterrâneo e repatriados, apesar de o país ser considerado inseguro, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com o ACNUR, no sábado foram intercetadas 198 pessoas em duas embarcações pneumáticas, e reencaminhadas para os portos de Tripoli e Zawara, na Líbia, com destino a centros de detenção.

Na madrugada de domingo foram localizados outros 116 migrantes, entre os quais 20 mulheres e sete crianças, numa embarcação, e foram transportados também para a capital líbia.

No domingo de manhã as autoridades intercetaram um terceiro grupo de 56 migrantes, provenientes de Zawara e reconduzidos a Tripoli, que tiveram de ser assistidos por ferimentos ligeiros e sintomas de hipotermia.

Segundo a Organização Internacional das Migrações, só este ano mais de 26.000 pessoas foram resgatadas das águas do Mediterrâneo e devolvidas à Líbia, o que representa o dobro dos dados de 2020.

Este ano, cerca de 1.100 pessoas foram dadas como mortas ou desaparecidas em contexto migratório.