Ah mãe meu Deus, Violante

A sabedoria popular diz-nos que há gente que “fala da boca para fora”, ou seja, falam por falar, dizem por dizer, quando, em consciência, não vivem nem praticam o que dizem. Vem isto a propósito de alguns que se dizem democratas, paladinos da verdade, defensores da liberdade, perseguidos por isto e por aquilo, revolucionários. Porém, quando vamos a ver, é tudo da “boca para fora”. Um exemplo recente disso foi a cerimónia de tomada de posse dos membros do órgãos da Junta de Freguesia do Imaculado Coração de Maria, onde a senhora presidente da Assembleia de Freguesia cessante, Violante Matos, resolveu não comparecer na cerimónia e renunciar ao mandato de vogal para o qual tinha sido eleita. Ninguém gosta de perder eleições, mas uma coisa é certa, não podemos ser democratas apenas quando se ganha. A democracia é para se viver todos os dias. Quando as coisas correm bem, ou quando as coisas correm mal.  De outra forma fica incompreensível. Não podemos apregoar a democracia, os princípios de cidadania e a vivência democrática e, à primeira contrariedade, virar as costas à tal democracia e ao povo soberano quando exerce esse dever de cidadania, que é o de poder votar livremente. A democracia é para viver de “corpo inteiro” e não apenas quando apetece ou dá jeito para ter um palco, ou um lugar na ribalta.

Sónia Teixeira