Explosão no Uganda mata uma pessoa e fere sete, presidente fala de "ataque terrorista"
Uma "grande explosão" matou no sábado à noite uma pessoa e feriu outras sete numa zona de restauração de um bairro de Campala, incidente que o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, considerou hoje como passível de um "ato terrorista".
"Parece tratar-se de um ato terrorista. Mas vamos encontrar os autores", afirmou Museveni na rede social Twitter, confirmando a morte de uma pessoa e de ferimentos noutras cinco, quando as forças de segurança e a imprensa locais dão conta de sete.
A explosão ocorreu às 21:00 locais (19:00 em Lisboa) numa área muito frequentada de restauração de rua no distrito de Kawempe, no norte de Campala, indicou a polícia ugandesa, acrescentando que está a investigar o incidente para determinar se "foi resultado de um ato intencional ou não".
Num comunicado publicado no Twitter, o porta-voz da polícia local, Fred Enanga, adiantou que, além da vítima mortal, sete pessoas "gravemente feridas" foram transportadas para o hospital de Malugo, em Campala.
Museveni referiu ter sido informado de que três pessoas "deixaram um pacote" no local, que explodiu.
"A população não tem de ter medo. Vamos ultrapassar este crime à medida que chegamos ao fim dos outros, cometidos por porcos que não respeitam a vida humana", acrescentou o chefe de Estado ugandês, no poder desde 1986 (há 35 anos).
No Uganda, face à pandemia de covid-19, vigora um recolher obrigatório a partir das 19:00 locais, restrição que, no entanto, não é aplicada de forma uniforme.
A 08 deste mês, o grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade por um atentado à bomba numa esquadra da polícia em Kawempe, perto do local onde ocorreu a explosão de sábado à noite.
Na sequência do atentado, o Reino Unido e a França atualizaram os respetivos conselhos de viagem para o Uganda, recomendando uma especial atenção e vigilância em zonas densamente povoadas e em locais públicos, como restaurantes, bares e hotéis.
Em 2010, dois atentados à bomba em Campala visaram espetadores que assistiam num restaurante e num clube de râguebi à final do Campeonato do Mundo de Futebol, provocando a morte a 76 pessoas.
O grupo extremista somali Al-Shabaab assumiu a responsabilidade pelas explosões.
Os dois ataques foram vistos como vingança depois de o Uganda ter enviado tropas para a Somália, país dilacerado pela guerra, como parte de uma missão da União Africana com o objetivo de enfrentar o Al-Shabaab.