Inundações no Sudão do Sul matam pelo menos 100 pessoas nos últimos três meses
Pelo menos cem pessoas morreram nos últimos três meses no Sudão do Sul nas inundações provocadas por chuvas torrenciais, as piores em décadas segundo a ONU, revelaram hoje fontes oficiais à agência Efe.
"Registámos 100 mortes por inundações e ocorrências relacionadas nos últimos três meses", afirmou o ministro dos Assuntos Humanitários do Sudão do Sul, Peter Mayen Majongdit, destacando os esforços do Governo para oferecer proteção às pessoas afetadas, deslocando-as para zonas mais altas e livres de inundações.
Reconhecendo que as condições humanitárias "são muito más" nas áreas inundadas, o governante disse que um grande número de famílias vive agora em ilhas cercadas por água, enquanto outras se mudaram para outras localidades.
Segundo as estatísticas do Governo do Sudão do Sul, são 1.300.000 as pessoas afetadas em todo o país pelas inundações.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) classificou na terça-feira as cheias deste ano no Sudão do Sul como "as piores em décadas", afetando mais de 700.000 pessoas em todo o país, principalmente das comunidades vulneráveis.
Já no ano passado, as inundações afetaram centenas de milhares de pessoas, de uma população total de 11 milhões. Das pessoas deslocadas naquela altura, cerca de 100.000 ainda não regressaram a casa, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
Desde que obteve a independência do Sudão, em 2011, o Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo, vive uma crise económica e política crónica e tem estado a lutar para recuperar da guerra civil, que deixou quase 400.000 mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Mais de 82% da população do Sudão do Sul vive abaixo do limiar da pobreza, segundo o Banco Mundial, e 60% da sua população sofre de fome provocada por conflitos, secas e inundações.