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Pentágono e 'informações' dos EUA alertam para risco maior de conflitos devido ao clima

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O aquecimento global ameaça a estabilidade internacional, apontaram os serviços de informações dos EUA em relatório, onde preveem um risco crescente de conflitos devido, entre outros, à rarefação da água e aos movimentos migratórios, em particular após 2030.

"As tensões geopolíticas vão provavelmente agravar-se, porque os países vão ter diferendos sobre a maneira de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, para cumprir os objetivos do Acordo de Paris", segundo o documento.

O texto foi produzido pela Direção das Informações Nacionais (DNI, na sigla em Inglês), que coordena a atividade dos 17 serviços que integram a designada comunidade das informações, e divulgado a poucas semanas da abertura da conferência mundial sobre o clima, em Glasgow, no início de novembro.

A fusão do gelo no Ártico "amplifica a concorrência estratégica para o acesso aos seus recursos naturais", salientou-se no documento.

Por outro lado, com a subida da temperatura média global e eventos climáticos mais extremos, "há um risco acrescido de conflitos, por causa da água e das migrações, em particular depois de 2030".

A maior parte dos países "vão ser confrontados com escolhas económicas difíceis e provavelmente vão contar com progressos tecnológicos para reduzir as suas emissões, mas mais tarde", indicaram os autores.

Mas os autores fizeram já o aviso de que as técnicas de geoengenharia, que visa manipular e modificar o clima e o ambiente, arriscam tornar-se outra fonte de conflitos.

Um país poderia assim "testar unilateralmente, desenvolver inclusive, tecnologias solares em grande escala para contrariar os efeitos das alterações climáticas, "se considerarem que os outros esforços para limitar a subida da temperatura em 1,5 graus centígrados fracassaram".

Neste cenário, "sem um acordo internacional a sobe estas tecnologias, consideramos que esse esforço uni lateral ir-se-ia virar" contra o país seu autor.

Depois de 2040, os países menos avançados vão ser os menos capazes de se adaptarem às alterações climáticas, o eu "aumentar o risco de instabilidade, inclusive guerra civil, nesses países", acrescentaram, antes de identificarem 11 países, que consideraram particularmente em risco: Afeganistão, Myanmar, Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, Colômbia e Iraque.

Estes países "são extremamente vulneráveis aos efeitos físicos (das alterações climáticas) e não têm capacidade para se adaptar", indicaram os serviços de informações, sugerindo que sejam ajudados, para que se reduzam os ricos potenciais para a segurança dos EUA.

Em relatório paralelo, publicado pelo Departamento da Defesa, sublinhou-se que a região Indo-Pacífico, tornada um eixo prioritário para os EUA, que procuram contrariar a ascensão da China, é particularmente vulnerável à subida das águas.

Os EUA têm bases importantes na ilha de Guam, o arquipélago das Ilhas Marshall e em Palau, salienta o documento do Pentágono, sublinhando que a China pode "procurar beneficiar do impacto das alterações climáticas para ganhar influência" na região.