Os amigos e as Autárquicas!
- Houve uns dias que não te vi, até pensei que tinhas saído daqui.
- Estes resultados eleitorais deixaram-me doente, nunca pensei que o meu partido fosse assim pelas “canas-adentro”!
- Sinceramente, eu, no teu lugar, também ficaria doente.
- Então quando soube que tínhamos perdido a Câmara do Funchal, fiquei muito mal.
- Bom, mas aí o presidente que saiu, admitiu, que deu todo o” seu melhor” e se o” seu melhor” foi aquilo que o eleitorado viu, não gostou, eis, naturalmente, a razão por que o despediu.
Muitas vezes o “nosso melhor “ não é suficiente para sermos um bom presidente e devia ter sido isso que aconteceu, presumivelmente.
- Pelo teu esclarecimento fiquei mais aliviado. Já não considero que o nosso presidente tivesse sido castigado, pois quem dá o “seu melhor” (o que pode e o que sabe) a mais não é obrigado. Só que nem sempre é suficiente para satisfazer a cidade e convencer o eleitorado.
- Exatamente, amigo, estou de acordo contigo. Contudo, no Concelho, o pesadelo daquela noite estendeu-se às Juntas de Freguesia, onde houve uma verdadeira razia.
- É verdade. Ainda ando cá com uma mania. Felizmente, tivemos um presidente que salvou a “honra do convento”. Não o conheço pessoalmente, mas dizem ser um bom político e uma pessoa competente.
- Estás a ver. O eleitorado reconhece quando tem de reconhecer.
E como “sequelas” das eleições já houve uma, mas será que ainda pode haver mais demissões?
- Isso não te posso dizer, mas é possível acontecer. Agora, a que houve, para te dizer em abono da verdade, é um “rombo” para o partido que só Deus Nosso Senhor é que sabe.
Já se falava aqui por fora – o que para uns era um elogio, para outros, uma provocação – que se tratava de um político com algumas características do Sr. Dr. Alberto João, o que a ser um dia eleito Presidente da Região, logo teríamos ali homem até ao fim da nossa geração.
- Pois, nesse particular, há mais isso a lamentar.
Mas, meu amigo, nem tudo foi perdido. Aqui na Região terás de pensar que outros dias melhores virão, mas no Portugal Continental – embora perdessem a Câmara da Capital – ganharam as eleições no geral.
- Quanto a mim, foi e não foi bem assim. Atendendo aos resultados, acho que, digamos, ganhamos o maior número de “mercearias”, mas os outros ficaram com (quase) todos os “supermercados”!
- Lá isso é verdade. De fazer essa comparação ainda não me tinha lembrado.
- Voltando cá à Região, achas que todas estas mudanças ficaram em boas mãos?
- No meu entender temos de esperar para ver. Houve eleições, saíram os resultados, durante uns tempos vamos aguardar… calados!
Juvenal Pereira