Abstenção volta a vencer com margem
Em Portugal, a busca incessante pelo pão tira tempo aos cidadãos para se debruçarem sobre tantos outros interesses. Ao mesmo tempo, não existe da parte dos partidos, políticas de aproximação contínua e mobilizadora, no sentido de chamarem as pessoas à actividade política.
Assim sendo, só (e exclusivamente) em actos eleitorais é que somos chamados para apoiarmos, sob todas as formas, os partidos até ao voto em urna. É francamente poucochinho... sentimo-nos defraudados, enganados e meros números para balizar resultados eleitorais. Já se ouviram
choros cínicos de carpideira a lastimarem a elevada abstenção. Seria bom e útil que esta gente ligada aos partidos tivesse sempre um comportamento de inclusão e mobilização dos portugueses, que não fosse só em tempo de eleições... Quando nos sentimos meros 'joguetes' para fins políticos, o resultado será sempre uma abstenção a subir. O voto só será a arma do Povo, quando este sentir que é representado por um dos seus e com armas para, na prática, poder responder às inúmeras carências que revelam.
Esta campanha governamentalizada, também contribuiu para o descrédito destas eleições. As eleições não podem ser só para cumprir calendário...
Vítor Colaço Santos