Estado de emergência decretado no Equador devido à violência do narcotráfico
O Presidente do Equador declarou, na segunda-feira, o estado de emergência em todo o país, devido a uma onda de violência causada pelos traficantes de droga, e ordenou a mobilização nas ruas da polícia e dos militares.
"A partir de agora, as nossas forças armadas e a nossa polícia serão maciçamente mobilizadas nas ruas porque estamos a decretar um estado de exceção em todo o território" do país, afirmou Guillermo Lasso, num discurso transmitido pela televisão estatal equatoriana EcuadorTV.
"Nas ruas do Equador, existe apenas um inimigo: o tráfico de droga" e "nos últimos anos, o Equador deixou de ser um país de tráfico de droga para passar a ser um país que também consome drogas", disse Lasso, que tomou posse em maio.
Também na segunda-feira, o líder de direita decidiu mudar o ministro da Defesa, no meio de uma crise nos estabelecimentos prisionais, ao nomear um general na reserva Luis Hernandez.
Entre janeiro e agosto, o Ministério do Interior equatoriano registou 1.427 homicídios no país, mais 55 do que os registados em 2020.
Em finais de setembro, 119 reclusos morreram numa prisão no sudoeste do Equador, alguns dos quais foram desmembrados ou queimados, em violentos confrontos entre grupos rivais ligados a traficantes de droga e a cartéis mexicanos e colombianos, num das piores massacres em prisões da história da América Latina.
De acordo com números oficiais, pelo menos 238 presos morreram, desde o início de 2021 nas prisões do Equador, sobrelotadas e palco de violência há anos.