Orçamento do Estado para 2022
A direita, o PS e o presidente da República falam em crise até à exaustão e amedrontam-nos caso ela chegue. É a crise sistémica da pobreza que já atinge mais de 2 milhões de compatriotas e que urge lhe dar solução não assistencial? Não! É a que está subjacente à não aprovação do Orçamento do Estado para 2022(OE22). Nunca os ouvimos falar da prolongada crise dos desempregados sem prestações sociais, da chaga da precariedade e das leis laborais que servem na perfeição o patronato, dos baixos salários que não tira quem trabalha da pobreza, da iniquidade na distribuição da riqueza, e por aí fora num ‘sem’ fim.
Cabe ao governo minoritário do PS, que se comporta como maioritário, decidir se quer abrir uma crise política, onde o habilidoso António Costa sabe que em face de eleições antecipadas irá vitimizar-se para as ganhar com maioria absoluta. Não é a oposição (o PSD/CDS não contam para nada) que tem de ter ‘bom senso’ ou ‘patriotismo’, no dizer da governança, pois não podem avalizar um OE22 a troco duma mão cheia de poucochinho... Cabe ao governo, que diz que a economia está a crescer, e entre muitas valências, valorizar o trabalho e salários, SNS, Cultura, diminuir a carga fiscal e dar firme e consequente combate à pobreza.
O presidente da República, que diz não ser comentador, nunca tinha dramatizado tanto o discurso, na véspera da aprovação do OE22, falando na hipótese de eleições legislativas antecipadas...
Ameaçar com a crise ou a vinda do diabo é relativo... As classes baixas - os despossuídos - há décadas que estão em crise! Mas, ninguém fala nisso...
Os acima citados falam de barriga cheia!
Vítor Colaço Santos