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Oposição húngara aposta num independente para derrubar primeiro-ministro ultranacionalista

FOTO FERENC ISZA/AFP
FOTO FERENC ISZA/AFP

O independente e conservador Péter Márki-Zay ganhou hoje as eleições primárias da oposição na Hungria, em que participavam seis partidos, pelo que será nas legislativas de 2022 o principal rival do primeiro-ministro, o ultranacionalista Viktor Orbán.

A esquerdista e vice-presidente do Parlamento Europeu Klára Dobrev, adversária de Péter Márki-Zay, autarca da cidade de Hódmezöváráshely, reconheceu a sua derrota quando ainda faltavam escrutinar 40% dos votos da segunda e última volta destas eleições primárias. De acordo com os resultados parciais, Péter Márki-Zay obteve 58% dos votos e Klára Dobrev 42%.

Márki-Zay, 49 anos, de tendência centro-direita, será o candidato comum da lista unificada de seis formações opositoras que abarcam um amplo espetro político, desde a esquerda à extrema-direita, nas eleições gerais de abril de 2022. Dirigindo-se aos seus apoiantes, no centro da capital húngara, Budapeste, Péter Márki-Zay disse, no seu discurso de vitória, que "foi uma batalha" e que falta "ganhar a guerra".  "Não queremos só vencer Orbán, queremos construir uma nova Hungria (...). Aconteça o que acontecer, a oposição só poderá ganhar unida. Ninguém poderá romper a nossa união", afirmou o economista e historiador, que se apresentou como um candidato anticorrupção e anti-elites.

Na segunda volta das eleições primárias da oposição, que se realizaram em 10 e 16 de outubro, votaram 662.016 pessoas. Com a vitória de Péter Márki-Zay, seis partidos põem fim a um longo processo em que se comprometeram a unir esforços para tentar tirar do poder o regime autoritário do partido Fidesz de Orbán, que governa com maioria absoluta a Hungria desde 2010.