Que futuro para este país

Chegados ao Orçamento, verificamos que o PS está à espera dos outros partidos para aprovar o que lhe parece melhor para o país, sem antes negociar. Acha que tem a faca e o queijo na mão, chantageando os partidos que o têm apoiado, mas sempre em prejuízo destes, que assim ficam responsabilizados ao ponto de terem receio de defender os seus próprios pontos de vista. Antes de mais, quero dizer que o verdadeiro culpado deste desgoverno a que temos assistido nestes últimos anos é o POVO que não dá qualquer valor ao voto. A maioria dos que votam nem sabe justificar porque escolheu este ou aquele partido, justificando que não vale a pena mudar porque tudo fica na mesma.

E tem sido verdade. Precisamos de uma democracia direta, tal como se faz nos países mais evoluídos, em que os eleitores sejam permanentemente questionados antes e depois das decisões tomadas pelos órgãos de poder. Veja-se o caso de Inglaterra em que um deputado perdeu a vida nessa missão nobre de dignificar a democracia. Em Portugal apenas se vota (metade) e ainda por cima sem conhecer qual a estratégia subjacente à distribuição das verbas dos impostos. O OE é negociado de uma forma rasca. Tira-se aqui e acrescenta-se acolá, as migalhas, que apenas servem para enganar o povo, enquanto as verdadeiras questões (verbas), necessárias ao desenvolvimento do país, são escondidas. Um exemplo flagrante é a questão demográfica, cujo aspeto mais negativo é o da diminuição acentuada da população, devido à sua saída para países que proporcionam melhores condições de vida, situação que precisa ser revertida rapidamente.

Aqui coloca-se a questão das creches pois qualquer cidadão concordará que as mesmas têm de ser totalmente gratuitas tal como o resto dos outros graus de ensino. E o que faz o Governo neste OE? Sim, é importante, mas não se compromete! Outro problema é a saúde para cuja solução é apontada a construção de mais hospitais, sem antes verificar se o problema reside na qualidade da gestão dos recursos existentes. Sim, porque há hospitais que funcionam bem com os meios que têm à sua disposição. Mas os políticos preferem apostar de imediato no betão sem antes analisar as causas da situação, em detrimento dos recursos humanos que entretanto emigram. E lá se vai o investimento feito na educação por todos os contribuintes. Esta pretensa esquerda, liderada pelo PS, só tem servido para desacreditá-la perante a população a qual mete os três partidos no mesmo saco. Na RAM também se verifica o mesmo. O PS/M, que aqui também se intitula de esquerda, nunca conseguiu a confiança do Povo para ser alternativa ao partido que nos tem governado, porque não sabe gerir as hostes (bases) nem o poder que alcança. Em Santana, por exemplo, entregou o poder conquistado (dois deputados municipais) ao CDS para que este ficasse em maioria na Assembleia, em detrimento da sua obrigação de poder exercer algum controlo sobre o executivo camarário. Assim vê-se logo de que lado está - dos que detêm o poder. A troco de nada, porque o CDS também emigrou. E assim vai este país.

Manuel João Batista Rosa