Governo Regional desmente perda de qualidade das lagoas dos Açores
O secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas dos Açores, Alonso Miguel, considerou hoje "totalmente infundadas" as declarações da deputada socialista Célia Pereira sobre haver "sinais de desleixo" e de "abandono" no controlo de qualidade das lagoas açorianas.
Num esclarecimento enviado à agência Lusa, Alonso Miguel refere que as afirmações "são um sinal de que, para fazer notícia, o Partido Socialista abandona as responsabilidades que teve na sua governação e constrói uma narrativa suportada no desleixo pela verdade dos factos".
A deputada socialista regional Célia Pereira manifestou na sexta-feira preocupação com os "sinais de desleixo" e de "abandono" no controlo da qualidade das lagoas dos Açores, considerando que o processo de eutrofização se agravou no caso das Furnas. A parlamentar, que esteve na sexta-feira com os colegas do Grupo Parlamentar do PS na lagoa das Furnas, na ilha de São Miguel, afirmou que existem "crescentes evidências do agravamento da eutrofização", considerando "importante combater o impacto negativo nas lagoas dos Açores de décadas e décadas de atividade agropecuária e da presença humana".
Para Alonso Miguel, "o primeiro sinal de desleixo da senhora deputada foi não se informar", sendo "totalmente infundada a afirmação de que 'o processo de eutrofização se agravou no caso das Furnas'". "Consultando-se a informação disponível no portal dos recursos hídricos, é possível constatar que o estado trófico não sofreu alterações pelo menos desde 2003, pelo que não se encontra justificação para tais afirmações", sustenta o titular da pasta do Ambiente.
Alonso Miguel sublinha a "governação socialista deixou cair, por atraso no concurso, o contrato existente de monitorização": "Este sim, um claro, inequívoco e comprovado sinal de abandono da ideia do que deve ser uma governação responsável". O secretário regional diz ainda que "abandono e desleixo da governação socialista, no caso concreto da lagoa das Furnas, foi ter diminuído e quase desmantelado as equipas de manutenção existentes". Além disso, indica, foram subscritas "políticas de reflorestação que foram totalmente incapazes de gerir, gastando apenas dinheiro para alimentar uma operação que, por falta de planeamento e meios, se revelou completamente ineficaz". "Abandono e desleixo, no caso concreto da lagoa das Furnas, foi o Governo do PS ter-se demitido das suas funções de gestão e encarregado uma empresa para fazer o trabalho, não garantindo, na prática, nenhuma coordenação dos trabalhos a desenvolver e nenhum controlo efetivo de objetivos a alcançar", aponta Alonso Miguel. De acordo com o governante, a lagoa das Furnas já apresentava, entre 1983/89, "indicadores de um estado eutrófico, sendo que o processo se agravou significativamente desde então, principalmente até à viragem do milénio e antes da entrada em vigor do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas, em 2005".
No passado recente, sublinha, "a lagoa não tem apresentado sinais de melhoria, mas mantém o mesmo estado trófico".