JPP apresenta voto de pesar pela morte do padre Alexandre Mendonça
O presidente do Grupo Parlamentar do JPP apresentou na Assembleia Legislativa da Madeira, um voto de pesar pelo falecimento do padre Alexandre Mendonça, que morreu na passada quarta-feira, dia 13 de Outubro, em Caracas.
No texto, reencaminhado à imprensa, o Juntos Pelo Povo destaca o pároco da comunidade madeirense em Caracas como uma "figura incontornável da comunidade católica portuguesa na Venezuela".
"A notícia do seu falecimento deixou consternada toda a comunidade madeirense ali residente, pois o pároco era uma 'âncora' de esperança na conturbada situação socioeconómica daquele país da América do Sul. Durante trinta e três anos, o pároco da Missão Católica Portuguesa em Caracas foi líder espiritual da comunidade que serviu. Com o espírito crítico que o caraterizava e seguindo os princípios da Doutrina Social da Igreja, denunciou por várias vezes situações dramáticas vividas por famílias Venezuelanas, de descendentes de portugueses e, em particular, de madeirenses. Era uma voz incansável na defesa da comunidade portuguesa", pode ler-se na nota.
Alexandre João Mendonça de Canha nasceu no Funchal, na freguesia de São Pedro emigrou para a Venezuela aos 12 anos, onde se fez sacerdote.
Conforme realça a mesma nota "entrou para o seminário aos 26 anos, porque dificuldades económicas da sua família, ditaram o 'adiamento' deste apelo vocacional. Esta espera, as dificuldades porque passou juntamente com a família, temperaram-lhe o carácter de resiliência e uma aguda consciência social que soube transpor para o seu percurso sacerdotal, sendo uma voz límpida na orientação espiritual da comunidade que servia, mas também denunciando as muitas incongruências da sociedade venezuelana, profundamente desigual e a braços com um modelo de governação que implodiu social e economicamente um país que, outrora era um exemplo na América do Sul".
Na tragédia de Vargas, em 1999, abriu as portas da Missão Católica Portuguesa para acolher as dezenas de compatriotas que perderam os seus haveres e familiares durante as enxurradas que assolaram este estado venezuelano.
Em 2006 foi declarado “madeirense ilustre” e agraciado com uma medalha e um galardão pela Comissão Pró-Celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira em Caracas.
O cónego esteve internado em Setembro por motivos relacionados com a covid-19 e teve uma recaída que o levou novamente a uma clínica de Caracas, acabando por falecer na quarta-feira.