Recados ao Governo Regional dominam posse de Emanuel Câmara no Porto Moniz
Emanuel Câmara aproveitou, esta tarde, o discurso da tomada de posse do seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz para enviar diversos alertas e reparos à acção do Governo Regional, que esteve representado na cerimónia pelo secretário da Educação, Jorge Carvalho.
Assim, o autarca socialista começou por avisar que "quem gere os destinos desta Região não pode fazê-lo de costas voltadas para a população dos concelhos que conhecem e valorizam o trabalho das equipas do PS". "Quem gere os destinos desta Região não pode dividir pelos concelhos o investimento, os fundos comunitários e os equipamentos disponíveis com critérios que dependam exclusivamente da força partidária em quem a população depositou a sua confiança", prosseguiu, sublinhando que tenciona cobrar as promessas feitas na campanha eleitoral pelos seus adversários em nome do Governo. "Não deixarei que caia por terra a reivindicação da nossa população relativamente ao funcionamento do Serviço de Urgências 24 horas por dia, 7 dias por semana. A população do Porto Moniz não merece menos do que isso e não pode ser tratada como uma criança a quem o Governo Regional ora dá ora tira um rebuçado", declarou.
O autarca denunciou outros "atropelos" aos direitos dos cidadãos e "jogadas políticas" na área da saúde, onde, "no final de 2020, a nossa Região apresentava um total de cerca de 118.000 actos médicos em espera".
Por outro lado, Emanuel Câmara recordou que a Região Autónoma da Madeira vai receber, através do Plano de Recuperação e Resiliência, em subvenções directas e empréstimos, mais de 800 milhões de euros e defendeu que "parte deste dinheiro deve chegar às autarquias sob pena de acabar por não servir para dar eficaz resposta às necessidades da população, de forma equilibrada e equitativa".
Na cerimónia desta tarde marcaram presença, entre outros, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, o representante da República, Ireneu Barreto, os presidentes de câmaras Célia Pessegueiro, Ricardo Franco e José António Garcês, e o bispo do Funchal D. Nuno Brás.