Papa Francisco na ilha de Lesbos durante a próxima visita à Grécia
O Papa Francisco vai regressar em breve à ilha grega de Lesbos, local emblemático da crise de acolhimento de refugiados e onde já esteve em 2016, anunciou hoje o arcebispo local e o Ministério das Migrações grego.
Francisco anunciou no início de setembro que viajaria para a Grécia, Chipre e Malta, sem precisar a data da viagem.
Uma delegação do Vaticano visitou hoje o campo de migrantes de Mavrovouni, na ilha de Lesbos, para planificar a viagem do papa argentino, reportou a agência noticiosa AFP.
Uma fonte local declarou que a vista papal está prevista para o final de novembro e início de dezembro, em função da evolução da situação sanitária.
A delegação, liderada por Manos Logothetis, secretário-geral do Ministério das Migrações grego, percorreu as alas do campo provisório de Mavrovouni, erguido há um ano após o incêndio que destruiu o campo de Moria, que o Papa visitou em 2016.
"Quando regressar à Grécia, o Papa deseja igualmente deslocar-se a Lesbos", disse hoje o arcebispo dos católicos do mar Egeu, Joseph Printezis, ao evocar a "experiência positiva" do pontífice "na sua anterior visita" à ilha.
O Papa "pretende observar a evolução da questão dos refugiados" e o "fruto dos esforços da Grécia", acrescentou o arcebispo em declarações aos 'media'.
O religioso precisou que Francisco pretende "emitir uma declaração humanitária segundo a qual a Igreja e todos os povos da Europa se preocupam com os refugiados e dizer ainda que o peso suportado pela Grécia deve ser reconhecido pelos outros países europeus".
Por sua vez, Logothetis referiu-se a um "acontecimento mundial de extrema importância", e precisou que a visita papal a Lesbos será limitada à visita ao campo.
Em abril de 2016 o Papa efetuou uma emblemática visita a esta ilha, então a principal entrada de acesso à Europa e onde se concentravam 3.000 migrantes no insalubre e superpovoado campo de Moria.
"Somos todos migrantes!", proclamou na ocasião, e transportando a bordo do seu avião três famílias muçulmanas sírias cujas casas tinham sido bombardeadas.